Seja seu próprio padrão. Esse é o lema da caxiense Caroline Wolf, 23 anos. Carolzinha, como é conhecida no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz, dá um show quando o assunto é promover igualdade. Nascida sem os braços e pernas, a jovem enfrenta dificuldades para se locomover dentro da comunidade onde vive. Por isso, juntamente do Vielas Espaço Cultural, foi criada uma campanha de arrecadação de valores para realizar uma obra que proporcione maior autonomia para ela.
Maquiadora e garçonete na lancheria de seus avós, a jovem, assim como os demais moradores do Beltrão de Queiróz, precisa sair de casa para trabalhar e viver a vida da forma mais independente e plena possível. De acordo com o presidente do Vielas, Fernando Morais, mesmo com todo o acolhimento da vizinhança, Carol enfrenta diversos empecilhos em relação à acessibilidade no local onde vive.
Para transformar essa realidade, foi lançada a campanha “Ajude-nos a ampliar a autonomia da Carol!”. A iniciativa tem como principais objetivos fortalecer os laços de pertencimento dos moradores com o bairro e desenvolver ações que reflitam no crescimento pessoal e comunitário.
— Como temos o Vielas estrategicamente no centro da comunidade para ter esse contato direto com os moradores e suas necessidades, sabemos o que realmente é de extrema importância. E, no caso da Carol, a acessibilidade aqui é zero. Então, como os recursos são praticamente impossíveis para realizarmos sozinhos, bolamos a Vakinha — disse Morais.
Foi realizado um orçamento no valor de R$5 mil para construir rampas de acesso à residência de Carol. Para ajudar a transformar a obra em realidade, doações de valores em dinheiro podem ser enviadas diretamente pelo site da Vakinha. São aceitas também doações de materiais de construção, como cimento, areia, brita, cal, ferros e tijolos maciços, que podem ser entregues no Vielas Espaço Cultural (Rua Vinte de Setembro, 3.459). Além disso, a iniciativa busca encontrar um representante da área de construção civil para idealizar o projeto.
De acordo com Carolzinha, a realização dessa obra vai transformar sua realidade.
— Receber essa ajuda da comunidade demostra o quanto sou amada, e para mim isso é gratificante. Sempre tenho que pedir ajuda de algum morador quando quero sair de casa. Então, essa obra vai contribuir muito. Vou conseguir fazer minhas coisas sozinha e ter minha independência — desabafou.
* Com supervisão de Daniel Angeli