Um ano se passou desde que arquitetos voluntários do Laboratório Urbano se uniram com acadêmicos do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG) para, com o apoio da prefeitura de Caxias do Sul, pensarem juntos sobre a utilização de um endereço que foi e continua sendo fundamental para a construção da cidade, a Avenida Júlio de Castilhos.
A fase inicial do projeto intitulado Avenida Parque prevê o bloqueio ao trânsito de veículos no sentido São Pelegrino-Centro, entre as ruas Garibaldi e Dr. Montaury por dois meses para perceber o comportamento da comunidade diante da iniciativa que daria prioridade ao pedestre e traria luz sobre os prédios históricos da avenida.
Mas para a proposta que reuniu técnicos da prefeitura, profissionais da arquitetura, professores e alunos da FSG em uma rodada de debates sair do papel, a equipe precisa de apoiadores. Um dos meios para angariar custos seria via Lei de Incentivo à Cultura (LIC), segundo a promotora cultural Flor Nieto. Segundo ela, os recursos viabilizariam apresentações musicais e intervenções artísticas no local. O projeto que pede R$ 80 mil será protocolado na secretaria de Cultura ainda neste mês.
A busca por patrocinadores também é, segundo os organizadores, necessária para que se crie a ambiência da Júlio, com mobiliário e áreas de convívio. O entendimento é que uma programação cultural gratuita seja fundamental para justificar a ocupação de uma das vias de trânsito da avenida.
— A gente quer ter eventos para movimentar esse período, então estamos fazendo uma captação para tornar a Júlio, por dois meses, um espaço de convívio com a cidade — explica a arquiteta Taisa Festugato, que faz parte do Laboratório Urbano e que pretende realizar o exercício urbano no segundo semestre do ano que vem.
No entanto, para que Avenida Júlio de Castilhos possa receber o evento, e o que os arquitetos chamam de urbanismo tático, ainda é preciso que a prefeitura formalize o bloqueio das ruas ao trânsito. Por enquanto, o projeto tem o acompanhamento da Secretaria de Trânsito Transportes e Mobilidade (SMTTM), que, segundo o Laboratório Urbano, faz parte do grupo que debateu sobre a iniciativa.
— A secretaria está trabalhando conosco no projeto. Os técnicos municipais estão resolvendo as questões de desvio de trânsito e sinalização provisória — esclarece a arquiteta.
No final do ano passado, em uma das etapas do Avenida Parque, a população foi convidada a preencher um questionário com perguntas relacionadas a como usa e vê aspectos como mobilidade, segurança e lazer na Av. Júlio de Castilhos. Segundo Taisa, a pesquisa confirmou que as quadras a serem expandidas ao pedestre são as que mais possuem circulação de pessoas e menos acessos de garagem.