Casados desde 1956, os moradores da comunidade de São João da 4ª Légua, no interior de Caxias do Sul, Francisco e Ida Dalcorno, ambos com 89 anos, têm na agricultura a receita da longevidade. Nesta segunda-feira (25), Dia do Colono, o casal celebrou a saúde que os mantém ativos para cultivar uva e milho no interior. Durante o programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, Dalcorno revelou sua receita para ter disposição em percorrer a propriedade e cuidar dos afazeres de todo dia.
— É saúde levantar cedo, trabalhar também. É uma alegria ter essa idade e ainda gostar da roça para trabalhar — contou o agricultor que completará 90 anos no dia 1º de outubro.
O filho, Luis Carlos Dalcorno, 58, tenta, em vão, fazer com que o pai desacelere e não se exponha ao trabalho na roça:
— A gente tenta falar pra ele ficar mais parado, mas ele não consegue. Há dois meses roçou e limpou todo o potreiro.
Levantar cedo, antes das 6h, tomar café e observar o clima. Tratar as galinhas, dar bom dia aos filhos que chegam para trabalhar e sair para conferir, não sem a companhia de uma espécie de cajado usado como bengala, o que é preciso fazer pela propriedade. Essa é a rotina que, segundo Seu Francisco, o mantém vivo.
— O segredo é ter saúde pra ter disposição. A melhor coisa é comer coisas naturais, aí se tem mais saúde — recomendou.
Ouça a entrevista completa:
Mais perto de casa, Dona Ida, com quem se casou há 66 anos, é responsável por plantar a batata doce, o aipim e as verduras que figuram na mesa da família. De cabelos brancos, Ida completará 90 anos oito dias após o marido e segue tão ativa quanto ele para dar suporte à agricultura familiar, —A gente não consegue ficar parado, tem que estar sempre fazendo um serviço ou outro— contou.
Ainda que para o casal o trabalho seja rotineiro e normal porque "quem não trabalha, não tem direito de comer" a família segue admirada com a disposição do casal. —É cuidando das plantas e do cultivo das frutas que eles cuidam deles mesmos, espero chegar lá, mesmo que minhas costas já estejam sentido os anos de trabalho— analisou Luis Carlos.