Considerada fundamental para o escoamento da produção rural da região de Vila Oliva e Santa Lúcia do Piaí, em Caxias, a Estrada Municipal Firmino Frizzo repete um problema que já atinge outras vias da área rural. Ao menos 25 postes estão sobre a pista recém-asfaltada, se tornando potenciais armadilhas para motoristas desavisados. A situação perdura há cerca de dois anos, período em que a ligação entre os dois distritos passou por alargamento para pavimentação, sem o reposicionamento da rede elétrica. O asfaltamento ainda não foi finalizado.
A reportagem percorreu a estrada nesta semana e verificou pontos de estreitamento de pista ao longo dos 14,6 quilômetros. Em algumas situações, os postes ficam às margens da pista, em outros, estão posicionados mais para o centro da via. Em pelo menos dois locais, há obstrução total de um dos sentidos. A reportagem também encontrou duas estruturas com o concreto danificado, com a armação metálica aparente. Na maior parte dos casos, os postes estão sinalizados, mas não é difícil verificar placas caídas ou ausentes.
Conforme o produtor rural de Vila Oliva, Maurício Zanol, 34 anos, antes do início do asfaltamento, a rede passou por melhorias, mas a posição dos postes foi mantida. Agora, a situação oferece risco de acidente a motoristas desavisados.
— Foi mal combinado. Quem passa direto já sabe, mas até quem já conhece, se estiver distraído, pode bater. Aumentou muito o tráfego, não sei como ninguém se acidentou — opina.
A família de Jair Antônio Giacomin, 54, proprietário de um mercado em Santa Lúcia do Piaí, tem uma propriedade às margens da Firmino Frizzo. Ele conta que já Foi testemunha de momentos em que dois caminhões em sentidos opostos não conseguiram passar ao mesmo tempo devido ao estreitamento de pista.
— Está bem ruim. Para quem não conhece, pode se tornar perigoso. De noite é mais complicado, como é interior, não tem iluminação — observa.
A pavimentação da estrada está inserida no Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura (PDI), que contempla o asfaltamento de diversas vias do interior. As obras são custeadas com recursos de um empréstimo de U$ 33 milhões obtido pelo município junto à Corporação Andina de Fomento (CAF). As melhorias vão permitir encurtar caminho no escoamento da produção rural de Vila Oliva e Santa Lúcia do Piaí, permitindo acessar a BR-116 na região de Vila Cristina. Até então, era preciso seguir de Vila Oliva até a Rota do Sol, via Fazenda Souza, para utilizar caminhos pavimentados.
Postes em mais três estradas
Além da Firmino Frizzo, há dificuldade para o reposicionamento de postes nas estradas municipais José Zanette e 176, em São Gotardo de Vila Seca, e Patrício Pasquali, entre Fazenda Souza e Vila Seca. Conforme a secretária do Planejamento, Margarete Bender, os contratos originais não previam que empresa responsável pelo asfaltamento fizessem a movimentação dos postes.
— Na expectativa de ter economia, ficou definido que seria feito com a RGE. Só que de lá para cá não aconteceu. Muito buscamos a RGE, mas não podemos fazer uma contratação direta — explica.
Por conta disso, os novos contratos já preveem a realocação da rede elétrica durante a pavimentação. Para as estradas em que já havia a pendência, o município contratou duas empresas exclusivamente para realocar as estruturas.
O diretor do escritório de projetos da Secretaria de Obras de Caxias, Reinaldo Suzin Toscan, é o responsável pelo acompanhamento dos contratos. Segundo ele, as equipes iniciaram nesta quarta-feira (6) as escavações para posicionar os novos postes na Firmino Frizzo. As novas estruturas também já estão sendo entregues nos pontos onde serão fixadas.
— Era para ter começado antes, mas na semana que passou Foi só chuva e não dá para fazer esse tipo de trabalho — explica.
A equipe também aguarda os projetos elaborados pela RGE para mover a fiação. Ao todo serão movidos ou substituídos 135 postes, ao custo de R$ 1,3 milhão. A expectativa é finalizar tudo em até três meses.
Nas demais estradas o trabalho está mais avançado. Os 55 novos postes já estão posicionados e falta apenas a autorização da concessionária de energia para deslocar a rede. O custo é de R$ 690 mil e a expectativa é terminar o trabalho em até dois meses.