O número de pessoas em situação de rua em Flores da Cunha está preocupando a administração municipal. A prefeitura mapeou nas últimas semanas oito casos, mas a quantidade pode ser maior. Pode parecer pouco, mas não para o pequeno município com cerca de 31 mil habitantes.
— Era uma realidade que a gente via nos grandes centros. Nós tínhamos em torno de duas pessoas, que eram mais de passagem. Ficavam uma semana aqui e depois já iam para outro lugar. A gente começou a perceber essa realidade, agora temos de oito a 10 pessoas que estão sempre pela praça ou em alguma construção, se abrigando. Isso começou a nos preocupar — disse o prefeito de Flores, César Ulian, durante o Gaúcha Hoje desta terça-feira (14).
Com o Ministério Público, a prefeitura irá realizar um levantamento para identificar quem são essas pessoas e tentar auxiliá-las. Conforme o prefeito, a intenção é poder encontrar familiares e encaminhar para o atendimento adequado:
— Nos preocupa também quem são essas pessoas. Se têm familiar, tentar contato com esse familiar. Às vezes, são pessoas com problemas com drogadição, com bebida alcoólica, alguns até com algum distúrbio. Então, às vezes, os familiares podem não saber onde eles estão. Vamos tentar via Ministério Público esse contato com as famílias para identificar se, talvez, estão soltos pelo mundo e alguém procurando.
César Ulian destacou ainda que prefeitura presta atendimento social por meio dos centros de referência, mas não possui uma estrutura para abrigar as pessoas em situação de rua. Por isso, busca parcerias com igrejas e voluntários para oferecer um espaço para que passem à noite, principalmente, nestes dias mais frios.
— Claro, exigindo que tenha algumas regras e aí está uma das principais dificuldades. Muitos deles acessam benefícios federais e acabam tendo um recurso que é usado para adquirir bebidas, drogas. É difícil encontrá-los sóbrios para dar os encaminhamentos. É uma situação que nos preocupa bastante — completou.