Jantar, banheiro, cama quente e café da manhã serão oferecidos pela Pastoral da Pessoa em Situação de Rua a partir da noite desta sexta feira (20) em Caxias do Sul. O salão paroquial da comunidade Sagrada Família começou a ser preparado durante a manhã para poder acolher até 90 pessoas.
O local irá receber, provisoriamente, apenas homens pelos próximos 20 dias. Encerrado esse período, o Acolhimento Solidário deve passar a ocorrer de forma permanente na Paróquia São Vicente, no bairro Jardelino Ramos, que prepara a estrutura para atender de forma fixa pessoas em situação de rua.
Mulheres e crianças, por sua vez, são acolhidas em três casas de passagens administradas pelo Projeto Mão Amiga em parceria com a Fundação de Assistência Social (FAS). De acordo com a diretora de Proteção Social Especial da Média Complexidade da FAS, Jamila Tassemeier, os cadastros são feitos através do Centro Pop Rua ( Av. Circular Pedro Mocelin, 421, bairro Cinquentenário ) de segunda a sexta-feira. Durante as madrugadas é realizado o serviço de abordagem noturna.
No salão da comunidade do bairro Sagrada Família, a Hospedagem Solidária chega à sua 5ª edição com o reforço da Fraternidade O Caminho. Vindos de São Paulo, os freis irão auxiliar no acolhimento e na distribuição das refeições, além de passar a noite com os acolhidos. Assim como aconteceu no ano passado, antes de ingressar no salão, todos passarão por revista com a Guarda Municipal e atendimento da ONG Médicos do Mundo.
Mas para a Hospedagem Solidária acontecer e abrigar a maior quantidade possível de pessoas é preciso apoio e solidariedade da comunidade. A Pastoral das Pessoas em Situação de Rua necessita da ajuda da população para a doação de colchões, colchas e cobertores de solteiro. Interessados em doar podem entrar em contato com a secretaria da Paróquia Sagrada Família pelo fone (54) 3229-3397.
Durante os preparativos nesta sexta-feira, a coordenadora da Pastoral, Maria Teresinha Mandelli, já recebia os primeiros donativos, confirmando o perfil solidário do caxiense. Ela celebra a realização de mais uma edição do projeto, mesmo que em local provisório.
— Feliz em poder acolhê-los, mas ao mesmo tempo com um sentimento de tristeza porque ainda não temos em Caxias do Sul um espaço definitivo pra poder realizar o atendimento de forma mais efetiva. A burocracia dificulta muitas coisas, e a vida vai se perdendo. Os salões de festa não são pra isso, os banheiros e a cozinha atendem perfeitamente as festas, mas precisamos de chuveiros e lavandeira, por exemplo.
Ainda que no improviso, os voluntários da Pastoral aos poucos transformavam o salão em um espaço familiar, como desejava Maria Teresinha no início dos trabalhos.
— Eu lembro da frase do Frei Cantalamessa que respondeu sobre o que é possível fazer pelo pobre. Segundo ele é "amar, socorrer e evangelizar". Isso a gente pode fazer mesmo sem ter o espaço adequado — concluiu.