Anualmente, quando o frio começa a bater na porta de Caxias do Sul, pessoas que vivem em situação de rua passam a contar com um serviço que oferece o aconchego de um prato de comida e um abrigo para passar a noite. Tradicionalmente realizado entre os meses de maio e setembro, o projeto voluntário Hospedagem Solidária contribui para que esta população receba uma assistência mínima nos meses mais gelados. A retomada do atendimento, que estava prevista para maio deste ano, porém, ainda não aconteceu e depende de adequações previstas para serem concluídas até a metade de junho.
O motivo do adiamento, segundo a organização do projeto, é a construção de uma passarela que garanta o acesso individualizado dos homens acolhidos ao salão da Paróquia São Vicente de Paulo, espaço que sediará esta nova edição do projeto, no bairro Jardelino Ramos. A obra que está a cargo da Diocese de Caxias do Sul ainda não tem data para começar, e será realizada em função da Escola Municipal São Vicente de Paulo, que funciona no mesmo prédio da igreja.
— Como o acesso é conjunto, por uma questão de bom senso, ainda que os horários não sejam os mesmos, optamos por construir esta passarela que vai fazer com que eles tenham acesso prioritário, direto para o salão — afirmou o frei Pietro, integrante da Fraternidade O Caminho que mantém representantes na cidade desde janeiro deste ano justamente para contribuir com a Pastoral das Pessoas em Situação de Rua de Caxias do Sul, realizadora do projeto.
Ele afirma que a vontade do grupo era que os serviços já estivessem funcionando, tendo em vista as baixas temperaturas que já vem sendo registradas — e que tem previsão de cair ainda mais na semana que vem. Segundo ele, tão logo a obra seja concluída, as portas deverão ser reabertas à população masculina de rua, no espaço que comportará aproximadamente 40 pessoas por noite.
Saiba mais
::: A Hospedagem Solidária já teve quatro edições em Caxias do Sul, passando por diferentes locais.
::: Em 2021, a iniciativa foi sediada pela Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, onde um total de 410 pessoas foram acolhidas com abrigo, alimentação e agasalhos, à noite, ao longo de quase quatro meses.
::: O projeto complementa o serviço de abrigo disponibilizado pela prefeitura, que oferece cerca de 140 vagas, sendo que o número de pessoas em situação de rua na cidade passa de 600 segundo dados da Fundação de Assistência Social noticiados em janeiro deste ano.