Caxias do Sul terá uma mudança na rotina nas primeiras semanas de maio por conta da 24ª edição das Surdolimpíadas de Verão. Mais de cinco mil atletas e membros de delegações devem passar pela cidade e pela Serra entre os dias 1º e 15 de maio. O evento também se torna parte da rotina das forças de segurança pública, que, juntas, atuarão para garantir um ambiente de tranquilidade a todos os envolvidos. O Comitê Organizador confirma que existe uma força-tarefa articulada para atuar nos jogos.
O grupo é composto por forças como Brigada Militar (BM), Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Exército. Além disso, há ainda participação da Cruz Vermelha, do setor de inteligência da Brigada Militar de Porto Alegre e do Batalhão Rodoviário da Brigada Militar. A força-tarefa se organiza com reuniões frequentes, com coordenação do secretário de Segurança Pública de Caxias do Sul, Paulo Roberto Rosa da Silva.
— Temos um grupo bem grande, junto com a Secretaria de Segurança de Caxias do Sul. Temos uma força-tarefa de todas as linhas envolvidas para que todos estejam a par desse evento, para que seja algo mais seguro — explica Jussânia Dinani, Relações Internacionais do Comitê Organizador.
O evento também conta com uma empresa de segurança particular, a Efficace. O grupo terá como foco a praça olímpica, montada nos pavilhões da Festa da Uva. Quem também atua no centro dos jogos é a Brigada Militar, que ainda terá policiais em locais de competições, seja de forma fixa ou com patrulha. Para Surdolimpíadas, a BM de Caxias do Sul conta com efetivo completo, de 350 oficiais — que segue também com a segurança da cidade. Além disso, o Batalhão da Polícia de Choque da BM, com 150 policiais, também pode ser acionado em alguns momentos.
— Nós vamos resumir nosso trabalho aqui em Caxias do Sul no sentido de fornecer policiamento lá nos pavilhões da Festa da Uva, em que teremos policiamento constantemente. Depois, estaremos atentos aos hotéis com delegações, em que estaremos fazendo patrulhas, aos moldes de como aconteceu na Festa da Uva. E em alguns locais de competições, teremos policiamento fixo. Naqueles que não tiverem, estaremos fazendo patrulhamento — relata o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, Emerson Ubirajara de Souza.
Além de Caxias do Sul, os atletas dos quase 100 países que participam das Surdolimpíadas também ficam em hotéis de outras cidades da Serra. Com coordenação do Comando Regional de Polícia Ostensiva da Serra (CRPO/Serra), as autoridades também darão atenção aos estabelecimentos da região que recebem os participantes dos jogos. Em caso de necessidade de escolta de alguma delegação, a BM está com um grupo de 18 motociclistas disponíveis.
Os pontos turísticos também serão monitorados pela Brigada Militar, tanto em Caxias do Sul, como na Serra, já que as Surdolimpíadas deve trazer uma circulação de quase 10 mil pessoas de fora da região.
— Nesse período das Surdolimpíadas não temos ninguém de férias ou em situação de indisponibilidade. Teremos todo nosso efetivo na mão, e receberemos recursos de hora extra do governo do Estado. Isso também vai nos proporcionar que a gente consiga fazer o evento sem perder o foco na segurança da cidade — afirma Ubirajara sobre atender cidade e evento ao mesmo tempo.
Cuidado redobrado caso autoridades participem da Surdolimpíadas
O Comitê Organizador tem a expectativa de que autoridades de Brasília possam comparecer ao evento, com um representante da presidência, que seria a primeira-dama Michelle Bolsonaro ou o vice-presidente Hamilton Mourão, e ministros do governo — Paulo Alvim, de Ciência, Tecnologia e Inovações, e Ronaldo Vieira Bento, do Ministério da Cidadania, teriam sinalizado que podem vir ao evento. Em ambas situações, a Surdolimpíadas ainda aguarda confirmação. Mas, caso o cenário se concretize, a situação exige um protocolo diferenciado, com cuidado redobrado e escoltas especiais.
A expectativa também é mencionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que receberia apoio de outras regiões do Estado para essas escoltas — o que é comum neste tipo de situação. Quanto à atuação na Surdolimpíadas, a PRF terá um protocolo para acompanhar a chegada das delegações a partir desta semana, e depois, na saída delas da região.
— A gente fará uma espécie de corredor. Não faremos escoltas das delegações porque acho que não há essa necessidade, temos um trecho bastante tranquilo para deslocamento. Mas, teremos equipes avisadas e cientes desse deslocamento e havendo qualquer necessidade de alguma delegação, estaremos aptos a prestar apoio nas rodovias federais — afirma Jonatas Josué Nery, chefe da delegacia da PRF em Caxias do Sul.
Caxienses devem ter atenção com trânsito durante Surdolimpíadas
Durante o período da competição, os moradores da Serra, principalmente de Caxias do Sul, devem ter um pouco mais de atenção com o trânsito. Nos horários de pico, tanto pela manhã, quanto final de tarde, a movimentação deve ser maior na cidade. As delegações que participam das Surdolimpíadas farão um trajeto diário, que parte dos hotéis até os Pavilhões. Depois, há um novo percurso até os locais de competições.
As delegações ficam em hotéis em Caxias do Sul e em cidades como Farroupilha, Flores da Cunha, Bento Gonçalves, Antônio Prado, Carlos Barbosa, Garibaldi e Nova Petrópolis.
— Isso sim vai acarretar alguns transtornos. Acredito que a população vai ter que ter paciência nessa quinzena, principalmente nesses horários de pico, entre 6h e 8h e depois no fim da tarde — avisa o chefe de delegacia da PRF.
O desafio, porém, deve ser superado. O CEO do Comitê Organizador, Richard Ewald, vê que a estrutura de segurança para o evento está pronta para Surdolimpíadas.
— Todas as forças policiais estão empenhadas. Tivemos várias reuniões. O mais importante é termos confiança nas forças de segurança que nós temos, seja para o dia a dia, ou para um evento como esse — destaca o CEO.
