Com cerca de 20 mil habitantes, segundo a associação de moradores, o bairro Serrano atualmente é um dos maiores de Caxias do Sul. Esse desenvolvimento somado ao fato de ser uma área essencialmente residencial, cercada de outros loteamentos, faz com que o fluxo de pessoas na entrada e saída do bairro seja frequente e em grande volume.
Mas os dois acessos viários existentes atualmente não comportam a demanda dessa região da cidade. Por ser uma via arterial, e receber trânsito de outras cidades também, a BR-116 registra fluxo intenso de veículos, especialmente em horários de pico. Já a alternativa, via Travessão Leopoldina, conta com um gargalo histórico no entroncamento da RS-453, no trecho urbano da Rota do Sol.
O cruzamento não conta com nenhum dispositivo de segurança ou de orientação aos motoristas. O resultado é uma espera de até 20 minutos em horários de pico para realizar conversões à esquerda para transpor de uma via para outra. Além disso, existe o risco de acidentes, registrados com frequência. Os gargalos também fazem com que o deslocamento dos moradores do Serrano seja mais demorado do que seria o necessário.
Para Justina Inês Rech Ribeiro, presidente da Associação de Moradores do Serrano, o bairro Serrano e os loteamentos Eldorado e Iracema, entre outros, estão ilhados. Além disso, acessar a Rota do Sol permite reduzir o trajeto entre o bairro e o Centro.
— Estamos sem saída. Vamos por ali, mas são muitos acidentes. Não é mais usado por conta do perigo. Se tivesse saída adequada, nem íamos pensar duas vezes. Nossa saída seria por ali — argumenta Justina, que defende também a construção de uma estação de transbordo do transporte coletivo, no entroncamento da Rota do Sol com a BR-116, para desafogar o tráfego na rodovia federal.
Conforme Edson Luiz Machado, 51, motorista de uma empresa de reciclagem do bairro, no horário de pico é impossível cruzar a rodovia em menos de 10 minutos.
— Ali tinha que ter sinalização, porque é um perigo, dá vários acidentes - observa.
Já o prenseiro Cláudio Hofmann da Silva, 47, diz que o movimento começa a se intensificar por volta das 16h30min e muitos motoristas realizam manobras de maneira incorreta.
— Tem pessoal que entra direto (da pista da Rota do Sol), não aguarda no acostamento - afirma.
Na manhã da última quinta-feira (7), o prefeito Adiló Didomenico, o secretário de Trânsito de Caxias, Alfonso Willembring, além de vereadores, visitaram o ponto com o diretor de Regulamentação de Circulação do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Maicon Perini.
O representante do órgão estadual sugeriu a implantação de um refúgio com tachões ou a construção de uma rótula. Perini, no entanto, disse que o Daer não tem como elaborar os projetos. Por conta disso, o município se comprometeu a elaborar os estudos e encaminhar para o governo do Estado.
— Desde 2020 a gente discute esse problema, que tem que ser resolvido. É muito perigoso. Vamos nos esforçar na elaboração dos projetos e claro que vai ter que passar pela aprovação do Daer. Vamos procurar apresentar mais de uma alternativa, talvez algo paliativo para ser implantado logo ou talvez já algo definitivo. Se conseguirmos produzir o projeto, eles têm condições de executar — afirma Willembring.
Além do cruzamento do Travessão Leopoldina com a Rota do Sol, também serão elaborados projetos para o cruzamento da rodovia com a Rua Atílio Andreazza, que apresenta problemas semelhantes. Ainda não há prazo para a entrega dos estudos.