Há duas semanas, o uso de máscara é facultativo na maioria dos espaços fechados de Caxias do Sul. Conforme decreto municipal, segue obrigatório o uso no transporte coletivo, em serviços de saúde e casas asilares. Para funcionários e clientes, também é obrigatório usar para se servir em bares, restaurantes e lancherias e durante a manipulação e a distribuição de alimentos prontos para o consumo.
A reportagem circulou pelas ruas da área central e em estabelecimentos comerciais, como mercados e lojas do centro, na manhã dessa quarta-feira (6), para mostrar o novo cenário após quase dois anos do uso obrigatório da peça. Nas ruas, é possível observar que há mais pessoas que optaram por não mais utilizar o item de proteção. Algumas usam a máscara no rosto sem cobrir nariz e boca, para colocar quando entram em locais fechados. Os demais seguem usando normalmente.
Das 10h às 10h15min, 117 pessoas passaram pela Avenida Júlio de Castilhos, entre as ruas Marquês do Herval e Dr. Montaury. Dessas, 42 usavam máscara, e 75, não. Nos mercados, a situação era diferente entre os clientes. Dos 29 que passaram pelo caixa de um mercado na área, apenas seis estavam sem máscara. Todas as pessoas que foram ouvidas pela reportagem sabem que o uso é facultativo. A confeiteira Franciele Pellin, 34 anos, é uma das que optou por seguir de máscara. Ela saia de um mercado:
— Eu acostumei a usar e acredito que é positivo até por uma questão de higiene.
Já a teleatendente Bruna dos Santos, 26, prefere não usar a máscara:
— Eu tenho rinite e a máscara me ataca bastante. Ela me incomoda e ataca minhas alergias. Então eu opto por não usar.
Deise Oliveira dos Santos, 34, e a filha Jully dos Santos, 16, caminhavam pela Júlio em direção a um mercado. A mãe estava sem máscara e a filha usava o item.
— Eu trabalho em uma farmácia e fico o dia todo de máscara. Na rua não uso porque a situação está mais tranquila — acredita Deise.
A filha ainda não fez a dose de reforço da vacina contra o coronavírus e se sente mais segura de máscara.
— Às vezes eu tiro a máscara, mas para entrar em lugares fechados, como no mercado, uso sempre.
Cenário entre os funcionários em ambientes fechados
Entre os funcionários de um mercado no Centro, a maioria optou por continuar usando a proteção.
— A verdade é que eles se sentem seguros. Orientamos a todos que não é obrigatório, mas como tem muita circulação de pessoas e pela questão de higiene, a maioria optou por usar —ressalta o gerente Iuri dos Santos, 21.
Paulo Ricardo dos Santos, 16, não usa mais o item para trabalhar:
— É melhor para respirar e a maioria está vacinado. Temos que voltar ao que era antes — afirma o empacotador.
A operadora de caixa Michele da Conceição de Souza, 21, ainda usa:
— Eu uso porque trabalhamos com público. Não sabemos se a pessoa tem sintomas gripais e se mantém os cuidados. Prefiro usar.
Perto dali, em uma loja de calçados, as funcionárias não usavam máscara. No entanto, elas sempre têm o item por perto, conforme explica a gerente Ivete Leôncio, 51.
— No começo, todas usavam até para que o cliente que entrasse na loja de máscara se sentisse mais seguro. Com o passar dos dias muitos também têm optado por não usar e a equipe usa caso perceba que ele (cliente) fique mais à vontade.
Já em uma loja de roupas, o gerente Ademir Butzge, 41, explica que os funcionários seguem usando máscara para atender ao público.
— Optamos por manter o uso durante o atendimento para a proteção de todos. Percebo que 80% dos clientes colocam a máscara para entrar na loja. Talvez porque estamos usando. Acredito que usar em ambientes fechados é uma maneira de contribuir para que não tenha mais casos.
Uso de máscaras nas ruas
Nas ruas, a maioria das pessoas opta por não usar, mas ainda há quem continue com o item. É o caso de Carolina Escobar, 42.
— Eu não me sinto segura para circular sem. Uso em todos os lugares, inclusive ao ar livre — destaca a secretária.
Já a costureira Marli Lisboa, 62, se sente à vontade para ficar sem o item nas ruas.
— Eu gosto da ideia das máscaras em lugares fechados e em lugares cheios, mas na rua não uso mais. Tenho essa tranquilidade.