De toda a macrorregião, que tem Caxias do Sul como cidade polo, três têm pacientes infectados com covid-19 internados em leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs). De acordo com dados do painel da Secretaria Estadual de Saúde (SES), quatro pessoas estão hospitalizadas em Caxias do Sul. Destas, uma está na UTI do Hospital Pompéia, duas no Hospital da Unimed e uma no Virvi Ramos. Outros três pacientes estão no Tacchini em Bento Gonçalves e um no Hospital São Carlos em Farroupilha.
Há ainda casos que aguardam confirmação do testes PCR e são considerados suspeitos. Em Caxias, tem um paciente na UTI do Virvi Ramos e dois na UTI pediátrica do Hospital do Circulo à espera do resultado do exame. No Hospital Tacchini também há um caso suspeito na UTI pediátrica. Já, em Farroupilha há um paciente na unidade de terapia intensiva à espera do resultado do exame. Assim como em Vacaria, no Nossa Senhora da Oliveira, também há um caso suspeito na UTI. Os dados foram atualizados a meia-noite de terça-feira (19).
Nos leitos de enfermaria, há 15 casos confirmados com a doença em Caxias. Outros 13 pacientes estão internados à espera de resultados dos exames. Em Bento Gonçalves, há cinco pacientes adultos infectados e outros cinco casos suspeitos, além disso, uma criança está internada na enfermaria pediátrica e outras seis esperam o resultado do exame. Em Vacaria, há dois casos suspeitos na enfermaria. Se avaliar Gramado, Garibaldi, Flores da Cunha, Carlos Barbosa e Nova Prata, que são as outras cinco maiores cidades da Serra, só duas têm casos suspeitos. Um paciente está internado na UTI do São Pedro em Garibaldi e um está na enfermaria do Hospital São João Batista em Nova Prata.
Com base nesses dados, a região acompanha o movimento nos números de internações no Estado, que têm caído, desde março. O patamar atual é considerado um dos mais favoráveis na Serra. Em Caxias, o cenário é semelhante: o ritmo de internações vem caindo. Para se ter uma ideia, em março de 2021, no pico da pandemia, eram mais de 170 pessoas em UTIs na região. Contando as internações dos três hospitais que têm leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Serra, a média foi de 72 pessoas.
— A incidência e a necessidade de leitos de UTI diminuíram porque os casos graves reduziram. De um cenário que tínhamos de 30 a 40 pacientes internados, melhorou consideravelmente. A gente está praticamente sem casos, uma incidência quase que zero — observa a diretora do Departamento de Avaliação, Controle, Regulação e Auditoria (Dacra) de Caxias do Sul, Marguit Meneguzzi.
Ela explica que nos leitos de enfermaria, a incidência ainda é considerável porque os pacientes que têm sintomas respiratórios precisam esperar o resultado do PCR.
— Se tem o teste rápido negativo de um paciente com sintomas, eles internam como suspeito até que venha o resultado do teste PCR. Como estamos em uma região onde as doenças respiratórias nesse período têm uma incidência maior, ainda temos essa ocupação nas enfermarias, mas bem menor do que antes.
Marguit ressalta que os hospitais estão lotados, porque há pacientes em tratamento para outras doenças, mas em relação aos casos de covid-19 o momento é mais tranquilo:
— Temos outras doenças, os pacientes seguem em tratamento para outras patologias, e não só para covid-19 como no ano passado.
Número de testes positivos caiu quase 60% em Caxias
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caxias do Sul, o número de testes com resultado positivo de covid-19 teve queda de cerca de 60% em março deste ano em relação a fevereiro. Essa redução tem sido constante. Para especialistas da área da saúde essa estabilidade ocorre devido ao número de pessoas vacinadas na região:
— O cenário atual demonstra uma redução significativa tanto de pacientes com sintomas leves, quanto de pacientes que necessitam de internação hospitalar. Estamos com redução, inclusive, em pacientes que precisam de leitos na unidade de terapia intensiva. A redução de casos se deve à população vacinada — explica a infectologista Viviane Buffon.
Se comparar o número de casos e de internações, por exemplo, a 2021, antes do avanço da vacinação, fica visível, os reflexos da imunização:
— Podemos fazer um comparativo do que aconteceu em 2021, quando tivemos uma proporção bem menor de número de casos, mas bem maior de hospitalização. Foi o contrário do que aconteceu em janeiro e fevereiro desse ano. Agora tivemos um número muito maior de casos e uma redução de hospitalização que é o reflexo da vacinação. Ela evita casos graves e faz com que as pessoas tenham sintomas mais leves. Como se fosse realmente um resfriado — frisa a infectologista Andréa Dal Bó.
As duas alertam para as demais infecções respiratórias, e a importância de seguir a vacinação contra a covid-19, e também contra a gripe.
— Outra coisa que tem nos preocupado é o aumento importante de síndrome respiratória aguda grave em crianças, tendo um aumento bem expressivo de hospitalizações. Isso é reflexo de outros vírus que estão circulando: vírus da gripe e a própria covid. É importante que os pais se conscientizem de não levar os filhos para a escola se tiverem com qualquer sintoma gripal e que procurem vacinar os filhos tanto para covid-19, quanto para Influenza. Outra vacina extremamente importante é a do sarampo porque começamos a ter ocorrência em vários estados — aponta Andréa.
Viviane também alerta para as doenças que se manifestam com mais frequência no inverno:
— Temos outras infecções respiratórias que podem acontecer, especialmente, em pacientes que apresentam algum grau de imunodeficiência como pacientes oncológicos, diabéticos e renais crônicos. Desta forma, a gente recomenda o uso de máscara para esse grupo de pessoas.
Números
Internados na UTI
Caxias do Sul
:: Hospital Pompéia - 1
:: Hospital Virvi Ramos - 1
:: Hospital da Unimed - 2
Bento Gonçalves
:: Hospital Tacchini - 3
Farroupilha
:: Hospital São Carlos: 1
*Fonte: covid.saude.rs.gov.br