Com direção interina deste janeiro, quando a então diretora foi afastada do cargo por suspeitas de irregularidades, a Escola Antônio Avelino Boff, no distrito de Fazenda Souza, em Caxias, será administrada por uma equipe indicada pela 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE). O novo diretor é Orlando Kilian Corrêa, que já atuava como coordenador pedagógico da instituição e acumulava o cargo de diretor provisoriamente. A professora Simone Maria Meneghini foi indicada a vice-diretora.
A indicação ocorreu na última sexta-feira (11), após a instituição não conseguir formalizar uma chapa para a realização de eleições. O prazo terminava na última terça-feira (8). O principal empecilho foi a falta de quórum para a criação da chapa. São necessários ao menos três servidores concursados para que a candidatura seja aceita, mas entre todos os funcionários da escola, somente Orlando e Simone são servidores nomeados. A escolha, então, seguiu critérios previstos na legislação estadual, que determina que a indicação seja de servidores da própria escola, com preferência a quem tem maior titulação.
De acordo com a assessora jurídica da 4ª CRE, Débora Costa, a nova equipe ainda não tomou posse porque precisa aguardar o registro da documentação e a publicação no Diário Oficial do Estado. O trâmite não tem prazo para ser finalizado.
A posse também vai permitir o desbloqueio das contas bancárias da escola, bloqueadas devido à sindicância que afastou a antiga equipe. Esse é um dos principais problemas enfrentados atualmente pela instituição, que iniciou o ano letivo sem merenda escolar devido à impossibilidade de acessar os recursos para comprar.
— Após o trâmite dos documentos e publicação no Diário Oficial, o diretor já pode ir nos bancos alterar a titularidade, receber verbas e fazer aquisições. O setor financeiro da CRE já esteve na escola orientando o diretor para licitar a merenda e demais necessidades da escola — explica Débora.
Embora o nome do atual diretor não seja unânime entre os alunos, a comunidade escolar tem a expectativa de que os problemas possam ser resolvidos. Entre eles estão a falta de professores.
— Que pena que os alunos não têm o direito de escolha no colégio do Estado — observa Andrea Paim de Lima, mãe de uma estudante da instituição.
A reportagem não conseguiu contato com o novo diretor da escola. Na terça-feira, ele disse acreditar que a escola tem recursos disponíveis para o pagamento das contas, mas não era possível acessá-los até então. A respeito dos professores, disse que a falta atinge principalmente as disciplinas de física e matemática.