Com expectativas de poder funcionar ainda no ano letivo de 2022, o Colégio Tiradentes, da Brigada Militar (BM), em Caxias do Sul, depende da resolução de questões burocráticas. A oferta de ensino na instituição está sob analise do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul e ainda não há previsão de início das aulas.
A instituição, que é tradicional em outras cidades do Estado, tem prédio definido desde o ano passado. As aulas ocorrerão no bairro Marechal Floriano, na estrutura da antiga Escola Estadual Dante Marcucci, que teve as atividades encerradas em dezembro de 2021. Também já estão designados o comandante da instituição e a equipe de policiais militares.
A secretária-geral do Conselho Estadual de Educação, Patrícia Braunn, afirma que a abertura de novas escolas, como é o caso do Colégio Tiradentes, envolve um processo que passa pela análise de diversos profissionais, não tendo um prazo exato para ser concluído. Segundo ela, o Conselho recebeu novamente as documentações na quarta-feira (9) e a intenção é que haja celeridade para que a instituição possa ter aulas ainda neste ano. Porém, é preciso verificar se a documentação atende as normativas previstas; caso não, as questões burocráticas podem se estender por um tempo maior.
— O processo vai agora para a assessoria técnica do Conselho, fazem a análise, veem se está tudo 'ok', dentro das nossas normativas. Depois, é encaminhado para um conselheiro relator, que tem 15 dias para analisar. Se tanto o relator quanto a assessoria determinarem que está tudo certo, encaminhamos esse processo para reunião da Comissão de Ensino Médio, que acontece todas as terças pela manhã. Aprovado o credenciamento e a autorização de funcionamento, encaminhamos imediatamente para nossa sessão plenária, que acontece nas quartas-feiras pelo canal do YouTube. Tendo a aprovação de todo o colegiado, a escola pode iniciar as atividades — explica, detalhadamente, Patrícia.
Mesmo que as aulas da rede estadual tenham iniciado em 18 de fevereiro e a seleção de alunos do Colégio Tiradentes ocorra por meio de exame físico e prova intelectual (os quais ainda precisariam ocorrer), tanto Patrícia quanto a BM não descartam a possibilidade que o colégio tenha aulas ainda em 2022.
— (O desenrolar do processo) Não impediria o início do ano letivo em 2022 se tudo acontecer da forma correta — resume a secretária-geral do Conselho Estadual de Educação.
— O prédio já está ocupado, o major Juliano (Juliano Amaral) já foi nomeado como comandante (que atua como 'diretor' da instituição) e uma equipe da BM já foi deslocada. Tendo a posição do Conselho de Educação, nós podemos dar o cartão verde para abrir o processo seletivo para os jovens. Se conseguirmos implementar o colégio esse ano, teremos que fazer um calendário especial — informa o coronel Alexandre Brite, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva da Serra (CRPO Serra).
Relembre
:: A instalação de um Colégio Tiradentes na maior cidade da Serra é uma possibilidade desde 2010, quando a governadora Yeda Crusius (PSDB) autorizou a abertura.
:: A tradicional instituição tem unidades na Capital, Passo Fundo, Santa Maria, São Gabriel, Santo Ângelo e Ijuí. O projeto de Caxias do Sul, contudo, travou na escolha de um endereço e foi esquecido com o tempo.
:: A possibilidade de instalação em Caxias foi revivida pelo vereador Alexandre Bortoluz (PP). A iniciativa ganhou força em agosto de 2021 e foi bem-recebida pela BM e Seduc.
:: A instituição já ocupa o prédio da Escola Estadual Dante Marcucci, que encerrou suas atividades em dezembro do ano passado. O major Juliano Amaral foi nomeado como comandante do colégio. Além dele, a equipe é formada por mais oito policiais.
:: A BM é responsável pela parte administrativa do Colégio Tiradentes. A parte pedagógica é da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Serão atendidos somente alunos dos três anos do Ensino Médio.
:: No primeiro ano de funcionamento, o Colégio Tiradentes atenderá somente alunos do primeiro ano do Ensino Médio. A intenção é operar com três turmas de 30 alunos.
:: A instituição da BM possui um processo seletivo, com prova intelectual e exame físico. parte das vagas é destinada a quem passar na seleção e a outra parte será direcionada a filhos de policiais militares da região.