Pelo menos duas escolas de Caxias do Sul estão sem energia elétrica por conta de furtos em cabos da rede de energia registrados nas últimas duas semanas. O mais recente foi na Escola Estadual de Ensino Fundamental Abramo Randon, no bairro Madureira. O crime foi constatado na segunda-feira (23). Segundo a diretora, Márcia Hahn Rosa, fios de diversas partes da escola foram levados. Uma avaliação parcial, realizada por equipes da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), constatou que serão necessários mais de R$ 80 mil para a reparação dos danos.
O Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, do bairro Cinquentenário, também está sem luz. Um cabo de uma caixa de energia localizada na área externa do educandário foi levado no final de semana anterior ao fato da Abramo Randon, sendo constatado na segunda-feira (17). Ambas as escolas mantêm o período de matrículas aberto, mas ainda não há previsão de restabelecimento da energia e não se sabe como será o início do ano letivo, previsto para 21 de fevereiro na rede estadual.
Até a manhã desta terça-feira (25), 237 alunos estavam matriculados na Escola Abramo Randon, que atende estudantes até o 9º ano do Ensino Fundamental. Segundo a diretora, Márcia Hahn Rosa, os atendimentos para matrícula continuam ocorrendo, das 10h às 15h, porém sem o cadastro direto no sistema.
— Foi muito ruim chegar na escola e ver que não tinha luz. Fica bem difícil pelas matrículas, pelo almoço que não conseguimos mais esquentar aqui, e depois pelos estudantes, que começarão a voltar para a escola. Por enquanto, a gente faz a matrícula e o que for online fazemos em casa, depois. Estamos contando com todo o amparo da CRE e nesta quinta-feira (27) teremos uma reunião para algumas definições — afirma a diretora da Abramo Randon.
Segundo ela, esta não é a primeira vez que esse tipo de furto ocorre na escola. Porém, nunca tinha sido registrado em tamanha proporção.
No Cristóvão, o furto de um cabo na caixa de energia não chegou a causar queda completa do fornecimento de energia. Porém, por segurança, equipes da RGE que estiveram no local optaram pelo desligamento até que a manutenção da caixa seja realizada.
— Ainda no dia 15 (sábado) o alarme acusou que havia falta de energia. No domingo estivemos na escola e verificamos que uma fase estava caída, apenas desligando alarme e portão. Com a chegada da RGE, foi constatado o furto na caixa. A CRE já fez a verificação também e está, inclusive, emprestando uma sala para que a gente possa trabalhar — afirmou a diretora Raquel Rojas Grazziotin, que também ainda não sabe como ficará o início do ano letivo aos mais de mil estudantes já matriculados para 2022.
Mesmo sem energia, o atendimento para matrículas também continua ocorrendo na escola, porém com horário adiantado. Antes, o atendimento ocorria das 13h até as 20h, mas, agora, em função da falta de luz, ocorre das 11h às 18h.
Procurada pela reportagem, a 4ª CRE afirmou que encaminhou os processos para reparos em ambas as escolas e não deu previsão para o início dos trabalhos.
— São reparos grandes, precisaremos contratar uma empresa especializada — afirmou a titular da coordenadoria, Viviani Devalle.
Quanto ao início do ano letivo, ela disse que a 4ª CRE está estudando, juntamente com as escolas, uma forma de viabilizar a retomada após as férias sem que haja prejuízo aos alunos.