A 4ª Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas será realizada no próximo domingo (5), a partir das 9h, em vários pontos do país e no Exterior. Ao todo, mais de 40 cidades, entre elas Caxias do Sul, participam da mobilização. Neste dia, milhares de pessoas sairão às ruas vestindo laranja, a cor dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
O evento é promovido pelo Grupo Mulheres do Brasil, por meio do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher, que é alinhado à iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). Em Caxias do Sul, a organização está sob o comando das líderes do Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Caxias do Sul Celiz Frizzo, Júlia Bertoluci e Andrea Varaschin Webber, do Comitê de Combate à Violência Contra a Mulher, coordenado por Tamyris Padilha e Suzane Dillenburg e das integrantes do Comitê de Comunicação Daniela Lucchese, Catiane Zanotto, Alessandra Muraro, Débora Freitas, Sheila Quintanilha Notti e Liliane Giordano.
Em Caxias, a caminhada sairá do Largo da prefeitura, começando às 9h, e percorrerá, a partir das 10h, a Rua Alfredo Chaves, passando pela Avenida Júlio de Castilhos, até a Praça Dante Alighieri, seguindo ao Parque dos Macaquinhos. As primeiras 200 pessoas que manifestarem interesse receberão uma camiseta de presente no início do evento. As demais serão convidadas a vestirem uma peça de roupa laranja, cor escolhida pela ONU a fim de criar uma visão simbólica de um mundo mais positivo, o ideal de um mundo livre da violência contra as mulheres e meninas. Também serão entregues máscaras, balões, cartazes e faixas. Ao final da caminhada, no Parque dos Macaquinhos, a cantora Nicole Mottin fará um pocket show para os participantes. É importante salientar que não serão aceitas manifestações partidárias.
— Estamos tendo um grande apoio da sociedade e de pessoas que estão mobilizadas para ir às ruas pedindo um basta aos índices inaceitáveis da violência contra as mulheres e meninas. Não podemos assistir passivamente o crescimento das estatísticas a cada ano. É nosso dever como cidadãos nos unirmos por esta causa — pontua a líder Celiz Frizzo, que espera cerca de 300 pessoas na caminhada.
Triste realidade da violência doméstica
As estatísticas da violência contra as mulheres são alarmantes. Segundo a ONU, cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência ao longo da vida apenas por causa de seu gênero. A violência de gênero é considerada pela Organização como uma pandemia global.
— Percebeu-se, especialmente no período pandêmico, um aumento da violência contra as mulheres. Isso ocorreu em razão do isolamento e da maior convivência com os agressores nos lares. Este panorama faz abrir nossos olhos sobre o quanto a violência doméstica pode ser silenciosa, além de atingir todo o núcleo familiar, inclusive os filhos — explica Tamyris Padilha, uma das líderes do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher do Núcleo Caxias do Sul.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o início da pandemia trouxe uma situação dramática para as mulheres que ficaram confinadas em casa com seus agressores: os números de denúncias diminuíram. Isto significa que as mulheres não conseguiam pedir ajuda, apesar do aumento considerável dos casos de violência doméstica. Dados do órgão revelam que em 2020 foram registrados 1.350 feminicídios no Brasil, um caso a cada seis horas e meia.