A morte do fundador da Lojas Colombo, Adelino Colombo, 90 anos, nesta sexta-feira (15), repercute entre entidades, empresários e políticos, não só da Serra, como de todo o território do Rio Grande de Sul. Ele estava internado no Hospital São Francisco, no complexo da Santa Casa, em Porto Alegre e morreu de falência de múltiplos órgãos no final desta manhã. Deixa a esposa, Ruth Colombo, quatro filhos, 10 netos e dois bisnetos.
O vice-presidente da empresa Florense, Gelson Castellan, se manifestou sobre a morte do empresário natural de Nova Milano:
— O senhor Adelino é contemporâneo de meu pai, ambos nasceram em 1930, foram amigos e parceiros ao longo da vida. Seu falecimento é uma perda irreparável e muito sentida dentro da comunidade empresarial.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs),Gilberto Porcello Petry, não há como falar em empreendedorismo sem relembrar a trajetória de Adelino Colombo.
— Ele é um exemplo para todos nós. Transformou um sonho numa rede de lojas. E nunca abandonou seus princípios de cidadão e de valorização da família. Foi um líder, que dignifica o empresariado gaúcho. E fica na nossa memória como um símbolo da livre iniciativa e das grandes oportunidades de crescimento econômico que existem quando se valoriza os empreendedores — destacou Petry.
O presidente da Associação das Entidades Representativas de Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra), Elton Paulo Gialdi, diz que é mais uma personalidade e uma figura de extremo carisma que a Serra perde.
— Um ícone do comércio varejista do Estado. É uma figura que parte, mas que deixa um grande legado e uma enorme memória para todos nós, que nos remete à admiração, ao respeito e por tudo que ele construiu em sua vida. Eu gosto muito de usar uma frase que é 'nunca negou a sua grandeza'. Às vezes, tem grandes impérios, grandes empresas, que não exercem a sua grandeza. Não foi o caso de Adelino Colombo — ponderou Gialdi.
O presidente e CEO das empresas Randon, Daniel Randon, afirmou, por meio de nota, que Adelino e Raul Randon, pai dele, compartilhavam características similares, no que diz respeito à simplicidade e ao carisma.
— Recebemos com muita tristeza a notícia do falecimento do seu Adelino Colombo, um dos ícones do empreendedorismo da Serra, do Rio Grande do Sul e do Brasil. Muito próximo e amigo do meu pai, os dois compartilhavam as características de serem pessoas simples e carismáticas. Tinha uma visão muito à frente do seu tempo, com olhar estratégico para os negócios e com muita atenção para as questões relevantes da comunidade. Seu Adelino nos deixa um grande legado empreendedor e social — destacou Daniel Randon.
A Marcopolo, se manifestou do CEO, James Bellini. Ele destacou os anos dedicados por Colombo para o crescimento da região.
- Recebemos a notícia do falecimento do Sr. Adelino Colombo com grande pesar. Nos despedimos de um gigante do empreendedorismo, com o sentimento de gratidão pelos mais de 60 anos dedicados ao crescimento da região, ampliando vagas de empregos, acelerando a economia e dando visibilidade para a Serra Gaúcha em todo território nacional. Nossos sentimentos à família, amigos e colaboradores que certamente honrarão o legado desta grande referência e líder. – enfatizou.
Para o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn, fica o ensinamento voltados aos negócios deixado por Colombo, além da personalidade que cativava.
— Perdemos um amigo, um grande empresário, grande líder, que deixa um legado que todos devemos entender como grande representante da classe comercial do Rio Grande do Sul e do Brasil. Ele era sempre o sorriso atrativo. É claro que todo empresário precisa ter esse certo pendor para vendas e ele tinha isso naturalmente, cativava só de aproximar. Nos deixou ensinamentos nos negócios, de acima de tudo fazer sempre um bom atendimento, como ele fazia. Olhar cliente em primeiro lugar, ter uma logística boa, entrega rápida, entregar o que promete. Ingredientes fundamentais para criar uma trajetória de sucesso, sempre foi muito eficiente nisso — pontuou o presidente da Fecomércio RS.
O Sindilojas Caxias lembrou que o empresário recebeu o Troféu O Mercador, em 1980.
"Fundador das Lojas Colombo, ele recebeu o Troféu O Mercador como Destaque Comércio Lojista, em 1980. À frente da 10ª maior rede de eletromóveis do país, o empresário gaúcho filho de agricultores farroupilhenses iniciou a trajetória dele vendendo televisores de porta em porta em Caxias do Sul. Ele se despede aos 90 anos de vida e deixa uma marca de vanguarda no comércio varejista como referência no mercado. A diretoria do Sindilojas Caxias se solidariza à família neste momento de despedida e homenagem", mencionou o comunicado enviado à imprensa.
Em nota assinada pelo presidente, Ivanir Gasparin, a Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul (CIC Caxias), também lamentou a perda.
"Empresário respeitado e admirado por todos, será lembrado por sua simplicidade e enorme capacidade de empreender. Adelino Colombo palestrou em uma das tradicionais reuniões-almoço da entidade, quando encantou a todos falando sobre sua experiência empresarial e de vida. Coragem e superação marcaram a sua trajetória, iniciada aos 17 anos, quando começou a atuar no comércio, no município de Farroupilha. Em 2010, foi agraciado com o Troféu Ítalo Victor Bersani, concedido pela CIC Caxias por ocasião das comemorações de seu aniversário de fundação, na Categoria Comércio, por destacar-se como líder de uma das maiores organizações do varejo brasileiro de eletrodomésticos e móveis. Sua perda é motivo de profundo pesar para a CIC Caxias, que sempre se inspirou em sua sabedoria, carisma e conhecimento sobre o comércio e o mundo empresarial. Nossa solidariedade aos familiares, amigos e ao Grupo Colombo".
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul lamentou profundamente a morte do ex-presidente da entidade Adelino Colombo. Seu Adelino, como era conhecido pelos amigos, funcionários e colegas lojistas, esteve à frente da entidade entre os anos de 1968 e 1969.
"Como quarto presidente da CDL, Adelino deixou como legado o empreendedorismo, o respeito com as pessoas, a retidão e a liderança. Outra marca de Adelino, a solidariedade, fez com que participasse da idealização do Homens na Cozinha de Farroupilha e, posteriormente, acabou sendo um dos maiores incentivadores para que o jantar beneficente fosse realizado também em Caxias do Sul, em 2001", lembrou por meio de nota a entidade.
Em dezembro de 2020, Adelino esteve entre os homenageados do Reencontro da História, em alusão aos 55 anos da CDL Caxias do Sul.
"Os ex-presidentes que conviveram com Colombo são unânimes ao lembrar do empresário. De acordo com os relatos dos colegas, Adelino sempre foi um homem simples, que com sua força de vontade, dedicação e determinação tornou-se um dos maiores empresários do Estado. Os dirigentes destacaram que o exemplo de empreendedorismo e sua forma de liderança são exemplos a serem seguidos", referiu a nota.
Segundo a CDL, a marca do empresário permanece muito viva na entidade, já que o neto dele e sucessor na direção do grupo Colombo, Eduardo Colombo, é o primeiro vice-presidente da CDL Caxias.
"Falar de Adelino Colombo é contar uma história linda, cativante, emocionante, instigante e sempre muito inspiradora. E é exatamente assim que vamos honrar sua herança: aprendendo diariamente e buscando fazer sempre melhor", escreveu Eduardo em nota pela entidade.
“Mesmo sendo uma ‘escola’, ele estava sempre aprendendo”, diz presidente do Sindilojas Farroupilha
Algumas das características que ficarão na memória do presidente do Sindilojas de Farroupilha, Sérgio Luiz Rossi, era a valorização pela região e a simplicidade que Adelino Colombo carregava em sua essência.
— Aquele Colombo que nasceu na roça e brincava de carrinho de lomba no barro, era o mesmo Colombo que construiu esse império comercial. Mesmo sendo uma escola, era um homem que estava sempre aprendendo. Até pouco tempo atrás, a presença dele era certa em congressos e encontros do Sindilojas e da CDL. Para mim fica a memória dele e da dona Ruth sentados na fileira da frente dos eventos, nos dando exemplo de participação — destaca Rossi.
Rossi também recorda um episódio que ocorreu em um jantar há alguns anos atrás. O presidente do Sindilojas de Farroupilha conta que Adelino e a esposa estavam sentados sozinhos em uma mesa para seis pessoas e ele foi convidado para se juntar ao casal.
— O salão estava cheio e eles estavam sozinhos. Passei por eles e ele me disse 'Rossi, senta aqui comigo. Eu tenho 5 mil funcionários, vivo cercado por um monte de gente, mas parece que as pessoas têm receio de mim. E eu, na verdade, sou simples igual a todos' — recorda o empresário.
Adelino Colombo ocupava uma cadeira de diretor no Sindilojas de Farroupilha.
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Farroupilha usou as redes sociais para se pronunciar sobre o falecimento. A entidade destacou que Adelino Colombo inspirou os empresários de todo o Estado:
“A CDL Farroupilha, em nome de todos os seus associados, lamenta a perda do senhor Adelino Colombo, uma das referências de empreendedorismo e gestão no Rio Grande do Sul. Um varejista completo que inspirou não somente seus colaboradores, mas todos os empresários do Estado. A Lojas Colombo é uma referência e um orgulho para todos. A CDL Farroupilha guardará viva sua memória e seu exemplo”.