A fim de amenizar os impactos da pandemia no processo de ensino e aprendizagem, a secretaria municipal de Educação de Carlos Barbosa adotou estratégias para desenvolver o foco, dinamismo, capacidade de concentração, agilidade de raciocínio, aumento da produtividade e alívio do estresse dos alunos. Todas essas atividades sintetizadas no que eles chamam de "ginástica para o cérebro", ministradas pelos professores da Supera, de Bento Gonçalves.
As oficinas têm a duração de uma hora semanal, por turma, e são aplicadas durante o horário escolar, das 7h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. Nas escolas de tempo integral o período é de duas horas por semana. As atividades estão sendo realizadas nas escolas municipais de Educação Infantil e de Ensino Fundamental. Elas tem ocorrido desde o dia 15 de setembro em todas as turmas, do Pré-A ao 9º ano, abrangendo crianças de quatro a 16 anos. No total são cerca de dois mil alunos.
Segundo a vice-prefeita e secretária da Educação interina, Beatriz Martin Bianco, as oficinas estão entre as ações desenvolvidas no pós-pandemia. O objetivo é melhorar a qualidade de ensino e de aprendizagem.
— Pensamos em desenvolver atividades para que as crianças pudessem melhorar o foco no raciocínio lógico, na memória, na criatividade e assimilar o conteúdo. Isso porque percebemos que tinham crianças que não estavam muito atentas, até por causa tempo que ficaram fora da sala de aula nesse período de pandemia. Então, conhecemos o método e buscamos inseri-lo nas escolas — afirma Beatriz.
Nas oficinas são utilizados diversos materiais de ensino como jogos didáticos e pedagógicos, ábacos, dinâmicas de grupo, exercícios aeróbicos, jogos virtuais, dinâmicas e vídeos motivacionais. As atividades oportunizam o desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e emocionais além de promover conceitos, estratégias e operações mentais, sociais e emocionais, proporcionando o pensamento reflexivo das crianças e adolescentes. Cada semana são exercícios diferentes e os desafios aumentam gradativamente.
As atividades podem aumentar a qualidade e a quantidade de sinapses, melhorando a capacidade do processamento cerebral. Outros benefícios se referem à capacidade de resolver os problemas, ao raciocínio lógico, à autonomia, na disciplina, bem como na autoestima, nas habilidades motoras, na concentração, no foco, além de melhorar o relacionamento interpessoal e no trabalho em equipe.
O trabalho é pioneiro nas escolas da cidade. Conforme a secretária interina de Educação, as oficinas seguirão até o final do ano, porém há possibilidades de serem implantadas também em 2022.
— Poderemos dar continuidade a esse projeto no ano que vem, porque é uma prática saudável. Sabemos que o nosso cérebro, quanto mais trabalharmos, teremos uma melhora no desempenho, desenvolvendo todas as nossas inteligências múltiplas, sempre trabalhando com raciocínio e criatividade.
A diretora da Supera Bento Gonçalves, Cândida Redante ressalta que ofertar a metodologia nas escolas de Carlos Barbosa , traz o resgate das habilidades socioemocionais e de aprendizagem .
— Ao incentivar suas habilidades de uma forma dinâmica e divertida os alunos se reencantam pelos estudos. Os feedbacks estão sendo muito interessantes, alunos, educadores e famílias encantados com esta atividade inovadora — destaca.
Alunos , pais e professores aprovam o método
As professoras das turmas acompanham os períodos de atividades da ginástica para o cérebro. A educadora Marines Chies Ongaratto, que leciona no 5º ano na Escola de Tempo Integral Santa Luzia, elogia as atividades que estão sendo ofertadas aos alunos.
— As crianças estão empolgadíssimas com esse trabalho, eu estou achando também maravilhoso. É uma ferramenta a mais. O material é excelente, atrativo e as atividades vem bem de encontro com o que trabalhamos em sala de aula. Eu acredito que o resultado vai ser excelente — observa a professora Marines.
Os alunos da escola Escola de Tempo Integral Santa Luzia também ressaltam os pontos positivos das oficinas. A estudante do 8º ano, Eduarda Kurman Troes, 13 anos, afirma que ela e os colegas estão gostando bastante, pois foram quase dois anos em casa por causa da pandemia.
— Esse método veio para ajudar a gente a concentrar melhor, a observar as coisas melhor. Na primeira aula ficamos pensando se ia ser difícil, se ia nos ajudar, mas com certeza ajudou bastante. Temos um livro que é com o ábaco e o outro que é português misturado com matemática — relata.
Cada turma tem as atividades conforme a idade. Júlio Fontana Dupont, 14 anos, do 9º ano destaca que todos estão se motivando a participar das atividades pois é algo mais descontraído.
— Ajuda a pensar, no raciocínio, pois foi muito tempo em casa, daí prejudica um pouco. Todos fazem as atividades conforme a professora pede e percebo que todos gostam. Esses períodos de oficina nos ajudam — destaca o aluno.
Os pais também estão dando retornos positivos à secretaria de Educação. Uma das aulas disse para o pai que tinha tido uma aula "muito linda", explicando que foram atividades diferentes que estimulavam a atenção e o pensamento.