Morreu na tarde desta quinta-feira (21) em Caxias do Sul o empresário Carlos Candido Finimundi, aos cem anos. Ele havia sido hospitalizado na semana passada, recebeu alta e estava se recuperando em casa, segundo informações da família.
O empresário é um dos fundadores da Dambroz Implementos Rodoviários, surgida como uma oficina em 1945. A celebração do centenário foi tema da Coluna Memória, do jornalista Rodrigo Lopes, no último dia 7 de setembro.
A reportagem recordava, entre outras coisas, que a Dambroz foi uma espécie de segunda casa de seu Carlos Finimundi até março de 2020, quando a pandemia do coronavírus alterou o cotidiano de milhares de empresas pelo mundo. De Uber, ele visitava diariamente a fábrica na parte da manhã, para conferir a rotina de trabalho. Teve de abrir mão desse hábito de décadas por ordens médicas, reduzindo a “passadinha” a apenas um dia.
Do casamento com Ellide Genoepha Marolli, em 13 de outubro de 1942, nasceram seis filhos: Wanda, Maria Elisa, Helena Beatriz, Carlos Alberto (in memoriam), Hélius Carlos e Cândida Cristina. Além dos filhos, ele deixa 16 netos e 13 bisnetos. Ellide faleceu em 2017.
A neta Carla Viviane Manica Bordin diz que o avô será lembrado, principalmente, pela determinação e força de vontade de viver.
— Ele não desistia nunca. Podia ter o problema que tivesse, ele enfrentava todos, não se abatia. Era uma pessoa forte, determinada e cheia de vida. Acho que esse é o maior exemplo que ele deixa para nós, filhos, netos e bisnetos — afirma Carla.
O velório do empresário está previsto para se iniciar às 21h desta quinta-feira, na sala A do Memorial São José de Caxias do Sul. O sepultamento ocorrerá às 14h de sexta-feira no Cemitério Público Municipal de Caxias do Sul.
" Um homem honesto, esforçado e trabalhador", diz amigo
O escritor e professor universitário aposentado Vilmo Cecconello recorda a amizade com Carlos Finimundi, a qual nasceu entre as décadas de 1970 e 1980, no ambiente profissional. A relação construída entre os dois foi tão forte que Cecconello sugeriu e incentivou o amigo a publicar um livro sobre a sua trajetória. Assim, nasceu a obra "O legado de um jovem de 94 anos", que conta detalhes e fatos marcantes da vida do empresário.
— Adquirimos uma certa afinidade. Ele gostava muito do meu trabalho e eu simpatizei com a cultura e o caráter dele. O livro foi uma sugestão minha e conta uma história muito bonita, desde o bisavô dele — recorda Cecconello, escritor da obra.
Cecconello conta que o último contato que teve com o amigo foi na festa de cem anos, em setembro, em Flores da Cunha. Para ele, fica o legado de uma pessoa correta, ligada à família e muito organizada.
— Era muito metódico e organizado. Ele sempre trabalhou com objetivos. O perfil geral de uma pessoa ética, um homem honesto, esforçado e trabalhador — descreve o amigo.