A prefeitura de Caxias do Sul deve publicar no final da tarde desta segunda-feira (19) um novo decreto com as regras sanitárias que serão exigidas na cidade para combater o coronavírus a partir de agora. As medidas foram definidas em reunião do gabinete de crise, nesta manhã, após a divulgação de diretrizes pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) aos prefeitos da Serra no fim de semana. Antes da publicação do novo decreto, no entanto, serão realizadas reuniões com alguns sindicatos que representam os principais setores de serviços da região. Um deles é o Sindicato Empresarial da Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (SEGH).
Os novos protocolos divulgados pela Amesne sugerem o teto de flexibilizações que podem ser atingidos pelos municípios, mas cada cidade pode adequar a regra, de acordo com a sua realidade e, a partir disso, publicar seu próprio decreto. Segundo o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, o decreto municipal terá setores com normas ainda mais restritivas do que o recomendado.
— Vamos seguir a orientação da Amesne, mas não 100% igual. Queremos favorecer a economia, mas não podemos ser muito liberais a ponto de ter que voltar atrás. Queremos avançar degraus com segurança. A pior coisa que tem é um vai e volta. Temos preocupação com os números de leitos de UTI nos hospitais. Assim que avançarmos com a vacinação, poderemos flexibilizar gradativamente. O problema é a vacina. Semana passada praticamente não recebemos, o que veio é para segunda dose. Soubemos sempre em cima da hora (sobre as doses destinadas à cidade) — explica.
Já está sinalizado, por exemplo, que restaurantes terão limitação de até 150 pessoas, ao contrário da norma atual, que é de até 70 pessoas. A Amesne prevê alteração de 60% para 70% de ocupação para clientes sentados. Quanto aos horários, a prefeitura de Caxias do Sul ainda definirá a partir de encontro com o SEGH. A sugestão da Amesne é de liberação até meia-noite, com evacuação do ambiente até 1h. Em Caxias, a regra atual é de atendimento até as 22h, com desocupação até 23h59min. Neste item, a projeção é de que a cidade altere para a mesma regra da Associação.
No caso das lojas de conveniência dos postos de combustíveis, a prefeitura quer manter 22h como horário máximo.
— Vamos buscar um entendimento. Estamos tendo problema de aglomeração em alguns dos postos — explica Adiló.
Para o setor de eventos, a permissão máxima será de 150 pessoas — 80 a mais do que atualmente —, e seguirão com duração máxima de seis horas. Para cultos e missas, os espaços poderão aumentar a capacidade dos atuais 25% para 50%, com intervalos vagos em bancos e cadeiras.
O presidente da Amesne e prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin, afirmou que as análises foram feitas por um grupo técnico.
— Esperamos que possamos levar a população a um momento mais tranquilo, mas todos os protocolos deverão ser rigidamente fiscalizados e nada impedirá de retornarmos na semana que vem, caso houver aumento de casos ou de ocupação de leitos de UTI. A liberação que definimos é a máxima, mas os municípios podem ser mais restritivos. — afirma.
Conforme o protocolo da Amesne, salões de festa e churrasqueiras compartilhadas poderão ser utilizados com ocupação de uma pessoa a cada quatro metros quadrados em clubes e condomínios. O transporte coletivo poderá operar com 75% de capacidade. Atualmente, a Amesne previa 60%. Neste setor, Caxias deverá assumir o mesmo percentual proposto pelo protocolo regional.