Mateus Colombo, de Carlos Barbosa, conquistou a medalha de prata na Genius Olympiad, de Nova Iorque, uma competição internacional de projetos do Ensino Médio, que tratam sobre problemas ambientais.
A olimpíada estava prevista para acontecer de forma presencial em 2020, mas foi adiada para 2021 e ocorreu no último sábado (12) de forma online. O projeto de Mateus teve início no Ensino Médio na Escola Municipal Elisa Tramontina. Ele explica que a partir do convite da professora Sandra Seleri para que participasse do clube de ciências, despertou seu interesse pela pesquisa.
— Quando a professora me convidou eu fiquei pensando que tema poderia desenvolver. Eu gosto muito de gastronomia e sabendo que nosso país utiliza muitos agrotóxicos pensei em como poderia ajudar — explica Mateus.
O estudante desenvolveu o ‘Biomulching’, uma lona biodegradável produzida à base de casca de laranja e essência de pimenta para usar na cobertura do solo. De acordo com Mateus, o nome vem do termo ‘mulching’ em inglês (técnica de cobertura do solo) e bio de biodegradável. A professora não economiza na emoção ao elogiar seu ex-aluno.
— Me deixou com muito orgulho. Para mim, poder desenvolver esse tipo de projeto em uma escola pública é um privilégio. A gente vê esse aluno se transformando, amadurecendo como aluno, pessoa e cidadão. Ele passa a se importar mais com a sociedade ao seu redor — elogia Sandra.
A técnica pode ser usada em horticulturas como o repolho, alface, e alguns tipos de frutas, como morango e melão. Além disso, impede o crescimento de plantas daninhas e auxilia no controle da umidade do solo.
— Eu penso em ajudar os produtores porque eles são os que mais sofrem com isso. Se a gente puder trazer uma segurança para eles, sem precisar dos agrotóxicos, vai ser uma boa alternativa. Os consumidores também ganham, já que vão receber um alimento mais saudável e seguro sem componentes químicos — empolga-se ao imaginar.
Reconhecimento em feiras nacionais
O reconhecimento na feira internacional é resultado de uma série de destaques em feiras nacionais. O projeto, que nasceu em 2018, já participou da MostraSeg, a mostra regional, a MostraTec, maior feira de ciência e tecnologia da América Latina e a Febrace, Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, na qual conquistou o 4º lugar na categoria engenharia, além de uma credencial para a Mostra de Ciências e Tecnologia da Escola Açaí (MCTEA), no Pará. Foi na MCTEA que Mateus conquistou o 1º lugar e se qualificou para a Genius Olympiad.
O estudante concorreu com projetos de outros 85 países. Apesar de ter sido realizada de forma online, o que impediu Mateus de visitar os Estados Unidos e conhecer outros pesquisadores e os avaliadores, ele revela que participar da feira é uma experiência recompensadora.
— A gente perde um pouco a alegria por não poder estar lá presencialmente, mesmo assim eu me senti muito feliz por estar no meio de tantos outros projetos e o meu ser reconhecido. Por terem reconhecido todo o esforço. Ganhar esse reconhecimento é muito gratificante, por saber que teu projeto valeu a pena, isso é muito bom — destaca ele.
Inspiração que move sonhos
De acordo com Sandra, a pesquisa cientifica é importante, pois ajuda o aluno a decidir sua área profissional, preparando o aluno para a vida adulta e ajudando a identificar desafios e encontrar soluções. Esse é o caso do Mateus, apaixonado por gastronomia e pela pesquisa, que agora cursa biotecnologia na UFRGS. Além disso, pretende dar continuidade ao Biomulching.
Mateus e Sandra são unânimes ao destacar a importância de ter outros estudantes como exemplo:
— Os meus alunos veem que aquele aluno (Mateus) no ano retrasado que estava sentado junto com eles e conseguiu, então eles percebem que eles também podem. Acaba atraindo outros jovens — finaliza Sandra.
Mateus foi inspirado pelos estudantes de Carlos Barbosa, Daniel Mutzemberg Giussani, Everaldo Santos de Oliveira Júnior e Mateus Benedett, que também receberam a medalha de prata na Genius Olympiad, em 2018. Os alunos foram orientados pela professora Sandra.
— Eu imaginava e queria chegar mais longe, porque aqui na minha cidade já tiveram outros projetos antes de mim que concorreram na olimpíada. A gente fica na expectativa de chegar mais além — conta Mateus.