Caxias do Sul aplicou a imunização completa, com as duas doses da vacina contra covid-19 em 49.155 idosos acima dos 60 anos. Em cotrapartida, mais de 75 mil pessoas nessa mesma faixa etária e que integra o grupo de risco, já recebeu a primeira aplicação do imunizante. A diretora da Vigilância em Saúde, Juliana Argenta Calloni, avalia que ainda há um número expressivo de pessoas que precisam ser imunizadas. Ela explica que a imunização significa ter completado o esquema vacinal, ou seja, ter recebido as duas doses da vacina.
— Ainda resta uma população que tem que receber a segunda dose entre os idosos, tanto que na terça-feira (29) tivemos drive-thur para a vacinação de parcela da população. As pessoas só estão imunizadas se receberem as duas doses. O município tem feito esse trabalho contínuo e mantém as segundas doses nas Unidades Básicas Vacinadoras (UBVs), realizamos drives, e também temos UBSs com horário estendido vacinando — ressalta a diretora.
Paralelamente ao avanço da vacinação, cresce a expectativa pela estabilidade da taxa de internações na cidade. Ainda não é possível afirmar que há uma queda contínua na ocupação hospitalar, que segue no patamar próximo aos 90%. Contudo, o município percebe redução de casos de internação em quem está imunizado, principalmente, acima dos 80 anos:
— Não é possível ainda afirmar porque é uma situação de pouco tempo, mas se a gente acompanhar os dados da evolução da covid-19 percebemos que está acometendo mesmo essa faixa etária. Ainda acomete, mas aquela faixa etária que já recebeu as duas doses da vacina conseguimos perceber uma redução de casos. Não podemos afirmar que é da vacina, mas muito provável que seja vinculado a isso, porque conseguimos observar uma discreta redução de internação e número de mortes nessas faixas etárias.
Juliana frisa que a vacina evita as formas graves da doença, reduz hospitalizações e mortes.
— É importante concluir o esquema vacinal, porque a vacina nesse momento é utilizada para diminuir a internação e óbitos, e não para reduzir a circulação do vírus — ressalta Juliana.
O aumento de casos não é um fator de avaliação da eficácia das vacinas, já que nenhuma delas é capaz de deter totalmente o contágio. A circulação é combatida com medidas sanitárias, como distanciamento físico, uso de máscara e de álcool gel. Com o avanço da vacinação, contudo, ocorre um efeito de despreocupação em parte da população. Isso reflete nos cuidados com uso de máscaras e distanciamento físico, por exemplo:
— Ainda não temos um quantitativo necessário de população com as duas doses da vacina, com a imunização completa, para que tenha impacto na diminuição da circulação vírus. Então, hoje, mesmo quem já está vacinado, deve continuar se cuidando. Para reduzir a intensidade do contágio ainda é necessário a prevenção que é o uso de máscara, higienização das mãos, uso de álcool gel e distanciamento. Para reduzir o contágio teríamos que ter em torno de 75% da população vacinada.
Sobre a possibilidade de reforço da vacina ainda este ano para quem recebeu as duas doses, ela diz que não há informação oficial do Plano Nacional de Imunização sobre o assunto.
