O cenário de evasão escolar que sempre foi um desafio para as redes públicas de ensino aumentou ainda mais com a pandemia de covid-19. Pensando em combater as dificuldades que levam crianças e adolescentes de Caxias do Sul a deixarem as salas de aula, a secretaria municipal da Educação (Smed) lançou uma campanha de busca ativa aos estudantes. Uma reunião entre equipes da Smed ocorre na tarde desta terça-feira (1º) para debater estratégias de ação.
Essa iniciativa é inspirada na campanha Fora da Escola Não Pode!, lançada pela Unicef, para garantir que cada criança e adolescente esteja na escola e aprendendo. Na ação de Caxias, foram lançados vídeos gravados por caxienses, estagiários e servidores públicos que incentivam famílias a procurarem escolas próximas de suas residências como forma de regularizar a situação dos filhos que não voltaram para a escola. Parte do material já está nas redes sociais da prefeitura e nos canais de comunicação da rede municipal de ensino.
Em Caxias, em 2020 a evasão ficou em torno de 1,08% e, em 2021, do universo de 33.878 alunos, 1,55% não retornou, segundo dados da Smed.
— São mais de 500 alunos sem estudar somente neste ano — lamenta a secretária de Educação, Sandra Negrini.
Ela afirma ainda que há alunos que estão matriculadas, mas não têm interação com a escola, nem em aulas presenciais, nem aulas online:
— Toda criança e jovem de 4 a 17 anos deve estar matriculado em uma escola. Os pais ou responsáveis precisam buscar a Central de Matrículas ou a escola mais próxima para que o estudante seja direcionado a uma vaga. É importante destacar que a participação nas atividades escolares é indispensável para o futuro desses jovens.
Depois da reunião desta terça, a prefeitura divulgará os dados do estudos e as principais estratégias para incentivar o retorno dos alunos em Caxias.
Problema mundial
Com a pandemia, as redes estaduais e municipais têm usado uma série de estratégias para manter os alunos estudando. As ações mesclam atividades remotas, entrega de materiais impressos, grupos online de diálogo entre professores e estudantes e com famílias. Há também o contato presencial, quando o acesso remoto é difícil, como no caso de estudantes que moram em áreas rurais.
De acordo com dados da Pnad covid-19, edição da pesquisa do IBGE criada especificamente para medir os efeitos do coronavírus no país, 3,5% dos (as) estudantes de 6 a 16 anos de idade não tiveram nenhuma atividade escolar disponibilizada em agosto de 2020. A grande maioria (70,9%), no entanto, recebeu atividades por cinco dias ou mais.