Nunca é demais reforçar os cuidados necessários para evitar a covid-19, ainda mais em um momento crítico, com aumento de casos e mortes e de superlotação em hospitais. Uso de máscara e álcool gel seguem sendo fundamentais, conforme a médica infectologista Andrea Dal Bó. Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, na Gaúcha Serra, nesta terça-feira (2), ela enfatizou não apenas o uso da máscara, mas a utilização correta.
— Tem pessoas que tiram a máscara para falar e não tem necessidade disso. A máscara tem que cobrir o nariz e a boca, estar bem adaptada ao rosto para não cair. O ideal é que você não mexa na máscara, não fique levantando — explicou, acrescentando que no momento em que você manipula a máscara, pode tocar olhos, boca e nariz e contrair a doença se teve contato com alguém com coronavírus.
Manter as mãos higienizadas também é um ponto que não pode ser esquecido, segundo a médica, assim como a limpeza de superfícies de contato frequente, como maçanetas de portas, por exemplo.
— Existem algumas evidências de que a covid é mais contagiosa de forma respiratória do que por contato, mas isso não quer dizer que é uma doença que não se transmite pelo contato. A chance de transmissão é muito maior por via respiratória. Mas o mais importante do que higienizar as coisas é higienizar as mãos, seja com água e sabonete seja com álcool gel. E também superfícies de contato frequente — acrescentou.
De acordo com a médica, mesmo com a vacinação em andamento, esses cuidados precisam ser mantidos, principalmente porque o percentual da população imunizada é ainda muito baixo:
— Muitas pessoas associaram que com a chegada da vacina podem relaxar, tirar a máscara, posso me aglomerar, e não se deve pensar assim. A gente ainda está muito longe de voltar ao "normal". A vacinação veio ainda para um público muito restrito, ela deveria estar numa velocidade muito maior, principalmente com essa variante que tem uma transmissibilidade muito maior.
Segundo Andrea, com a nova variante, as pessoas devem ficar atentas a sintomas não só como tosse, diarreia e falta de olfato e paladar, mas falta de ar e febre por mais de três dias.
— O que a gente tem visto nessa nova cepa que está circulando é um quadro febril mais arrastado.
A médica alerta ainda que há casos em que sintomas não se manifestam ou aparecem de forma leve. Por isso a necessidade de cuidados redobrados.
Ouça a entrevista: