A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, estará em Guaporé neste sábado para o Abrace o Marajó, ação desenvolvida junto ao ministério contra o tráfico de seres humanos e o abuso sexual de crianças e adolescentes no arquipélago do Marajó, no Pará. O evento também marca o início das atividades do Instituto Virada Feminina no Rio Grande do Sul.
Com atuação nacional na sugestão de políticas públicas e ações voltadas às mulheres, a entidade não existia no Estado. O envolvimento de Guaporé se deve à ligação de uma empresária local com o instituto. A guaporeense Neura Trevisol Gomes é vice-presidente nacional da Virada Feminina e tomará posse, neste sábado, como presidente do instituto em âmbito estadual.
O instituto atua em 12 grupos de trabalho (GTs) que têm como pilares os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). Entre os GTs, há um sobre saúde, outro sobre educação e um de enfrentamento à violência, entre outros.
–Somos um núcleo suprapartidário, e nossa pauta é empoderamento global feminino. A mesma mulher que tem câncer de mama, apanha, está desempregada. Então, temos uma visão 360 graus sobre a evolução e a inclusão feminina. Trazemos o problema à tona e apresentamos projeto de solução – explicou Marta Lívia Suplicy, presidente nacional do instituto, que está em Guaporé.
A Virada também realiza geração de dados, fundamental para diagnóstico e construção de soluções. A coordenação e equipe estadual terá também essa tarefa. Na questão do atendimento a mulheres vítimas de violência, por exemplo, apenas 23 das 497 cidades do Rio Grande do Sul têm Delegacias Especializadas para Atendimento à Mulher (Deam), menos de 5%. Guaporé é uma delas.
– Aqui também tem mulheres que estão em situação de vulnerabilidade, vítimas de maus-tratos ou de estupros. Atuamos nesses casos também. Algo que estamos buscamos para fazer, não só em Guaporé como em todo o Estado, são casas de acolhimento – disse Neura se referindo a locais de amparo à mulheres que precisam deixar as casas após sofrerem violência.
– Isso é um problema de estrutura aqui. Não há um local de acolhimento. Temos situações em que a mulher não tem familiares na cidade, vem de outro município e sofre violência aqui, e não se consegue prestar esse serviço de acolhimento até que ela consiga retornar para a cidade de origem – relata o delegado da Polícia Civil de Guaporé, Tiago Albuquerque.
De acordo com a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do RS (TJ-RS), apenas 14 cidades gaúchas têm casas de acolhimento, número ainda menor do que as cidades que têm Deams.
A agenda
:: Neste sábado, em Guaporé, a chegada da ministra é esperada para as 11h na cidade.
:: Ela será recepcionada no pórtico de entrada do município e, em seguida, na sede da Casa da Cultura, onde haverá apresentação artística e a ministra palestrará. O tema é Abrace o Marajó.
:: Depois, haverá coletiva de imprensa. Também está programado um almoço.
:: Durante o evento, ocorre arrecadação de valores que serão revertidos em cestas básicas a serem entregues em Marajó.