O governo do Estado desistiu de conceder o aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, à iniciativa privada. A medida havia sido proposta há cerca de um ano como forma de qualificar o atual terminal até a construção do aeroporto de Vila Oliva. Um estudo chegou a ser encomendado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para definir o modelo da parceria, mas foi descartado devido ao avanço do projeto do novo terminal.
De acordo com o secretário extraordinário de Parcerias Estratégicas do Estado, Bruno Vanuzzi, para deixar o Hugo Cantergiani em condições estruturais adequadas, seria necessário um investimento avaliado entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões. Para que a concessionária pudesse recuperar o valor investido, seria necessário um contrato muito longo. Como a expectativa é de que o terminal de Vila Oliva entre em operação daqui a cerca de cinco anos, não há viabilidade para a parceria no Hugo Cantergiani.
— É muito provável que esse estudo, se fosse adiante, levaria a uma licitação deserta — admite Vanuzzi.
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Uma das hipóteses que chegou a ser cogitada seria conceder o atual aeroporto e depois transferir a concessão para Vila Oliva, quando o novo terminal estivesse pronto. Contudo, segundo o secretário, o projeto no interior de Caxias ainda precisa de aportes para a construção da infraestrutura do entorno, especialmente da estrada de acesso a Gramado. Uma das alternativas levantadas, seria viabilizar os investimentos por meio da concessão do aeroporto. No entanto, uma empresa que realizasse melhorias no Hugo Cantergiani não teria como investir também no entorno do terminal de Vila Oliva.
— Se fosse a entrega de Vila Oliva com tudo pronto, até faria sentido transferir o contrato — observa Vanuzzi.
Outro ponto avaliado, é que o repasse à iniciativa privada do aeroporto atual poderia gerar concorrência e até inviabilizar a construção do futuro terminal. Dessa forma, a administração do Hugo Cantergiani seguirá nas mãos do Estado em parceria com o município.
O projeto do aeroporto de Vila Oliva tem reservados R$ 200 milhões por parte do governo federal, mas o recurso não contempla vias de acesso e outras obras complementares. A expectativa é de que as obras comecem em 2021 e durem, no mínimo, três anos.