A volta às aulas presenciais não foi de sala cheia nas poucas escolas de Educação Infantil que decidiram reabrir na rede particular de ensino de Garibaldi e Carlos Barbosa nesta terça-feira (8). Os municípios somam um total de 15 instituições, mas a reportagem conseguiu contatar três em funcionamento nesta manhã.
Garibaldi tem 10 instituições particulares para este nível de ensino, mas apenas uma reabriu. Das demais, uma parte vai reabrir ao longo do mês e duas ainda não sabem quando retornarão, conforme as informações repassadas à prefeitura. A que já está em funcionamento é a Canção de Ninar, mas das 48 crianças matriculadas apenas oito foram à escola pela manhã. Conforme Claudia Conci Postingher, sócia da instituição, a perspectiva é que mais crianças voltem às aulas nos próximos dias. No entanto, nem todas poderão retornar. A capacidade é de 60 alunos na escola e, como o teto é de metade da capacidade, apenas 30 poderiam frequentar o prédio ao mesmo tempo.
Além desse limite, uma série de normas são seguidas pelas escolas. Entre elas, estão a medição da temperatura, higienização constante das mãos, distância de 1,5 metro a dois metros entre as crianças, uso de máscaras pelos alunos que têm mais de dois anos, troca de calçados para entrar nos prédios, além de limpeza de todo o material que eles levam para a escola.
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Em Carlos Barbosa, a escola Carrossel Mágico reduziu ainda o horário de funcionamento. Agora, não vai funcionar ao meio dia, abrir uma hora mais tarde e fechar uma hora mais cedo. Não fornecerá mais o almoço e a hora do soninho não será feita na escola, por exemplo. Nesta manhã, três crianças foram à instituição – no total, são 29 matriculados. A sócia Juliana Xavier conta que a manhã foi de muita tranquilidade. Como a Carrossel Mágico tem convênio com o município, uma parte dos estudantes não voltará por enquanto, segundo a professora. Mas a expectativa é de mais movimento:
— Mais seis ou sete devem vir à tarde — espera.
Já na Mundo Fantástico, também em Carlos Barbosa, 16 das 45 matriculadas retornaram às atividades presenciais. A diretora e sócia da escola, Catiele Weschenfelder, conta que os próprios pais vinham expressando a necessidade do retorno, já que boa parte deles está trabalhando e tinha de deixar as crianças com familiares ou com cuidadores não especializados.
— A gente precisa dar esse primeiro passo para ver como fica, para ajudar os pais e também para a escola sobreviver — comenta.
Escola decidiu esperar
Já a escola Tempo de Brincar, em Carlos Barbosa, decidiu esperar para poder receber os estudantes. São 43 matriculados que só devem voltar no final do mês. A proprietária Jessicka Gomes afirma que uma série de fatores contribuiu para a decisão, como a própria insegurança dos pais, a baixa quantidade de alunos que iria retornar e a necessidade de organizar melhor os processos de retorno:
— Tem que ser muito bem pensado. Não dá para fazer de uma semana para outra — aponta.
Sete municípios da Serra permitiram o retorno das aulas presenciais a partir desta terça-feira. Além de Garibaldi e Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, São Marcos, Flores da Cunha e Canela autorizaram a volta. O calendário foi proposto pelo Governo do Estado, mas as prefeituras têm autonomia para autorizar ou não as atividades nas escolas.