Em tempos de pandemia, as formas encontradas para matar as saudades de quem gostamos são inúmeras. A maioria delas, também para evitar a aproximação, é por meio das tecnologias. Mas em Nova Prata, uma família encontrou uma alternativa diferente. Para ver Terezinha Vargas Ferreira, 79 anos, que está internada com covid-19, a filha, o genro e os netos vão diariamente para o estacionamento do Hospital São João Batista. De cima da Kombi da família, eles conversam com a idosa, que está internada no segundo andar, pela janela. Como o veículo é usado para entregar móveis, ele possui uma plataforma que permite colocar cadeiras em cima. E é de lá que eles tentam ficar ainda mais próximos.
A ideia partiu do genro de Terezinha, Fernando, 38. Ele pensou na possibilidade já nos primeiros dias da internação (dia 13), quando a mulher - e filha da paciente, Vera Lúcia, 30, ficou cuidando da mãe no hospital. Para não deixar os gêmeos Isaque e Isaias, sete anos, longe da avó e da mãe, a alternativa foi o uso da Kombi.
— Eles choravam antes de dormir, sentiam saudades dos beijos de boa noite e da presença da mãe. Então precisei levá-los para vê-las – conta Fernando.
Durante os seis dias que Vera ficou cuidando da mãe, a rotina foi a mesma. E agora que sua irmã, Marilene, 45, está acompanhando Terezinha, as visitas continuam. E elas são possíveis pois o hospital liberou uma vaga do estacionamento privativo, que é utilizada após as 16h para o encontro da família.
— O interessante disso tudo é poder estar perto, conseguir conversar, mesmo que da janela — afirma Vera.
O contato visual, o diálogo e o carinho são insubstituíveis e é nisso que a família aposta para a melhora de Terezinha. Eles devem seguir com as visitas até que Terezinha receba a alta. Ela tem diabetes e seus principais sintomas foram dores no corpo e falta de ar. Segundo os familiares, ela já apresenta melhoras significativas no quadro de saúde e deve apresentar alta nos próximos dias.
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