A pavimentação da BR-470 entre o município de André da Rocha e o entroncamento com a BR-285, na localidade de Barreto, próximo a Lagoa Vermelha, na Serra, está mais próxima de sair do papel. O Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT) encaminhou, nesta semana, o processo para a contratação do projeto para a obra, uma das etapas mais importantes dos trâmites.
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O trecho de 47 quilômetros é o único da rodovia que ainda não foi asfaltado na região, o que impede que a rota seja melhor utilizada para o escoamento da produção, já que ela começa no município de Navegantes, em Santa Catarina, e termina em Camaquã, no sul do Rio Grande do Sul. O projeto, que vai demandar cerca de um ano e R$ 3 milhões, precisa contemplar pista simples, faixa adicional e de ultrapassagem em alguns trechos, entroncamentos, acessos, ruas laterais e melhorias em pontos críticos e pontes.
Outro ponto previsto é um novo traçado para a rodovia em André da Rocha, contornando a área urbana. Atualmente, a estrada passada por dentro da cidade e a faixa de domínio já foi ocupada por imóveis. Para que o contorno saia do papel, contudo, é preciso realizar desapropriações, o que deve ser previsto no projeto que será contratado. Além disso, também serão contempladas melhorias em um trecho de cerca de 16 quilômetros já pavimentado, entre André da Rocha e o entroncamento com a RS-324, em Nova Prata.
A contratação do projeto é primeira ação realizada pelo DNIT após a conclusão de um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), realizada em toda a extensão gaúcha da BR-470. O levantamento foi concluído no fim de 2019 e a pavimentação do trecho inconcluso recebeu a prioridade entre todas as obras apontadas.
— Os resultados do EVTEA colocaram a BR-470 como primeira em uma lista de mais de 50 estudos de prioridade. Foram seis lotes de projetos definidos e o DNIT priorizou esse segmento. Não temos como fazer todos ao mesmo tempo, então está se fazendo uma sequência — explica o engenheiro Adalberto Jurach, da unidade operacional do DNIT em Passo Fundo e responsável pela BR-470.
O próximo lote que deve ter o projeto contratado é a duplicação da rodovia entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, além da construção de faixas adicionais e ampliação da capacidade na Serra das Antas, entre Bento e Veranópolis. Outras obras previstas são a construção da ponte sobre o Rio Jacuí e a conclusão da rodovia na zona sul do Estado, fazendo com que ela termine em Barrado Ribeiro, devido ao trecho duplicado da BR-116.
Embora sejam intervenções importantes para o desenvolvimento dos municípios que dependem da rodovia, nenhuma das obras tem previsão de sair do papel por enquanto. Isso porque após a elaboração dos projetos será necessário captar recursos e licitar as obras. Sem o plano completo do que deve ser executado, contudo, é mais difícil viabilizar a inclusão das demandas no orçamento da União, o que garante o dinheiro necessário para as melhorias. Uma das principais formas de viabilizar os recursos é via emendas parlamentares.
— Hoje, ela (pavimentação entre André da Rocha e a BR-285) não consta em orçamento. Com o projeto, se colocaria no orçamento de 2022. Tendo o projeto e ele sendo aceito, entra na fila de obras do Rio Grande do Sul — afirma Jurach.