A estudante caxiense Camila Mendonça de Freitas, 18 anos, está participando da Feira Brasileira de Jovens Cientistas. Ela é aluna do 4º ano do Curso Técnico Integrado em Química no campus Caxias do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). E, na pesquisa, está sendo orientada pelo professor Josimar Vargas. O projeto também é desenvolvido em parceria com o Laboratório de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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O trabalho é intitulado de "Casca de pinhão (araucária angustifolia) como agente redutor e estabilizante para obtenção de nanopartículas de prata de maneira ambientalmente sustentável". Basicamente, o objetivo é utilizar a casca do pinhão como meio de sustentabilidade.
— Aqui no Rio Grande do Sul, a gente consome bastante o pinhão. Então, pensamos em utilizar a casca, que é um resíduo produzido aqui na região, para transformá-la em algo que pudesse ajudar no tratamento de água ou algo do gênero. Meu orientador me explicou o que eram nanopartículas, que elas têm muitas propriedades e podiam ser aplicadas em vários ramos. Ele sugeriu que produzíssemos essas nanopartículas de uma maneira sustentável. Então, utilizamos a casca do pinhão como agente redutor estabilizante. Ou seja, a gente utiliza a casca de pinhão para reduzir o metal e para que as nanopartículas não se aglomerem e percam suas propriedades. Quando sintetizamos dessa maneira, evitamos usar agentes redutores, que são mais tóxicos e muito agressivos para a natureza, e encontramos uma solução para aplicá-la no meio ambiente, sem que ela mude o PH ou seja tóxica — explica.
Camila conta que, logo no 1º ano do Ensino Médio, começou a desenvolver o projeto. À época, o intuito era apenas participar da Mostra IFtec, realizada anualmente. E, nos anos subsequentes, a ideia foi tomando forma, até chegar à Feira Brasileira de Jovens Cientistas.
— Acabei desenvolvendo esse projeto porque eu tinha muito interesse em questões de sustentabilidade e tratamento de água, como remover, por exemplo, petróleo do oceano. Queria achar uma maneira de conciliar essas ideias e encontrar uma solução. No 1º ano, não teve muita continuidade. Mas, no 2º, conversei com meu orientador e desenvolvemos esse projeto com as nanopartículas para tratar a água e os surfactantes da água, que são os componentes do sabão — explica a estudante.
A ideia de inscrevê-lo na feira surgiu durante o distanciamento social. Camila conta que estava olhando postagens no Instagram e encontrou uma, da pesquisadora Juliana Stradiotto, que já venceu o prêmio Jovem Cientista e, assim, decidiu participar.
— Vi que ela estava desenvolvendo essa feira brasileira de jovens cientistas, me interessei e pensei "por que não dar uma chance para esse projeto que eu gosto tanto e tivemos tanto trabalho para produzir?". Então, decidimos participar. Falei com o meu orientador sobre o meu interesse de divulgar o projeto, porque é um projeto importante, de sustentabilidade. E nos inscrevemos — relembra.
Depois da inscrição, ela participou de um processo de seleção. Para participar, era necessário enviar um resumo estruturado do projeto, além de dados do estudante e do orientador, para que os avaliadores pudessem selecionar os finalistas. A categoria Ciências Exatas e da Terra, na qual Camila participa, são 65 projetos de todo o Brasil.
Desde o dia 21 de junho e até o dia 28 , os estudantes competem em oito categorias. Uma delas é a votação popular, que ocorre no site da Feira Brasileira de Jovens Cientistas. Até o início da tarde desta quinta-feira (25), Camila estava na 5ª posição com 993 votos. A diferença para o 3º e o 4º colocado era de sete votos. E, para o 1º, de 1.207. No entanto, além da votação popular, há oito outros premiações.
— No voto público, a premiação é com medalhas. Eles também têm ações por categoria, que envolvem medalha. Mas a feira é patrocinada por diversas empresas e pessoas, que oferecem cursos, passagens para feiras internacionais ou nacionais. Tem muita gente envolvida com muitos prêmios além de medalha e dinheiro. Os parceiros também oferecem prêmios e há também a maratona de inovação, que é como se fosse uma competição de grupos em questão de sustentabilidade, ciência e inovação. Além de prêmios surpresas, conforme o trabalho e a pesquisa científica — explica Camila.
Os interessados em ajudar podem acessar o link e contribuir para que a caxiense esteja entre os três mais votados. Para isso, é necessário estar cadastrado no Facebook e apertar o botão "curtir" que aparece acima do vídeo explicativo, na lateral esquerda da página.
Assista ao vídeo: