Até a metade do mês, a prefeitura de Bento Gonçalves pretende atingir a marca de cinco mil testes adquiridos para verificar a presença do coronavírus entre a população. Parte desse total já está no município e é aplicado em pessoas com suspeita da doença. Testar o maior número possível de pessoas é a explicação do prefeito Guilherme Pasin (Progressistas) para a disparada no número de casos nas últimas semanas. Agora, a cidade já contabiliza 145 infectados, sendo 29 confirmações entre sábado (2) e segunda-feira (4), além de três mortes.
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Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra nesta terça-feira (5), Pasin disse que a não realização de testes pode dar uma falsa sensação de segurança, capaz de levar a população ao abismo de forma cega. De acordo com ele, enquanto a maior parte dos municípios segue o protocolo do Estado de verificar apenas pacientes internados, Bento Gonçalves optou por ampliar o monitoramento. Até agora, já foram aplicados 800 testes e outros três mil estão previstos para chegar no fim de semana. A maior parte é de testes rápidos, que vão permitir uma pesquisa epidemiológica mais completa.
— Estamos testando absolutamente todos aqueles com sintomas gripais. Eles passam no nosso fast track (atendimento rápido) , se cadastram, recebem remédios para baixar sintomas e são encaminhados para isolamento domiciliar, principalmente quando a situação é leve. Passados 10 dias dessa busca ao sistema de saúde, nós contatamos esse paciente para testá-lo. Vamos saber se ele está na janela de contaminação, saber se já possui imunidade ou se não teve contato com o coronavírus. Por óbvio que nossos números vão subir, mas não conheço outra forma de desenvolver uma política pública assertiva sem dados — explica Pasin.
O prefeito disse ainda que manter as pessoas em casa por um longo tempo não soluciona todos os problemas porque só empurra para a frente o impacto causado pela doença. Por isso, o período de isolamento deve ser utilizado para estruturar o sistema de saúde. Ainda assim, Pasin disse que, neste momento, é impossível pensar em eventos, funcionamento de casas noturnas e arquibancadas cheias no estádio da cidade em um eventual retorno do Gauchão.
— Os números não estão aí para serem escondidos, estão aí para serem mostrados e embasar políticas públicas — destaca.