Seguindo a recomendação do Ministério da Saúde divulgada na última sexta-feira, caxienses que recém voltaram do Exterior estão aderindo ao isolamento domiciliar para evitarem o contágio local de coronavírus. Conforme o governo federal, pessoas que não apresentam sintomas devem ficar sete dias em casa; as com sintomas devem ficar em isolamento domiciliar por até 14 dias.
A medida de prevenção vem sendo seguida à risca por Fernanda Dugatto, 33, e Rafael Schalins May, 35. O casal voltou de uma viagem de dez dias aos Estados Unidos no dia em que a recomendação foi anunciada e pretende segui-la até a próxima sexta-feira.
— Como não temos sintomas, não fizemos o teste, mas optamos por ficar em casa porque atendemos muitos idosos e temos contato com muitos paciente. Assim como tenho medo que familiares meus peguem (coronavírus), a gente teme também pelas outras famílias. Acho que quanto mais as pessoas ficarem em casa, principalmente os idosos, mais vão ajudar a não disseminar. É um recado que a Itália manda pra gente: não respeitaram o isolamento e agora a doença está muito mais disseminada — afirma Fernanda, que trabalha como médica clínica; e seu noivo atua como oftalmologista.
A viagem programada há cerca de um ano incluiu as cidades de Miami, Orlando e Fort Lauderdale. Fernanda conta que no dia do embarque, 3 de março, nenhum caso de coronavírus estava confirmado no Brasil, tampouco nas cidades que eles visitariam. Ao longo do roteiro, porém, eles foram sentindo o aumento da ameaça, tomando inclusive medidas como evitar visitas a lugares mais fechados, com aglomeração de pessoas. Nos transportes estadunidenses, cartazes orientavam a população aos cuidados preventivos que devem ser adotados.
— As pessoas estavam começando a usar máscaras, alguns lugares que costumam ser movimentados estavam quase vazios e o aeroporto também. Porém nosso voo de retorno ao Brasil estava lotado. Aqui também recebemos orientações e também fomos contatados pela Secretaria Municipal de Saúde para adotar o isolamento — relata a caxiense.
Desde que chegaram, ambos permanecem em casa.
— Ficamos aliviados por conseguir voltar ao Brasil e agora estamos fazendo o que podemos de casa. Acho que eventos sociais precisam mesmo ser cancelados. Tanto lá fora quanto aqui os idosos estão muito na rua, não estão se dando conta de que eles são realmente um grupo de risco. Acho que está na hora das pessoas terem mais consciência do outro, ficarem mais reclusas, evitarem aglomerações, manterem pelo menos um metro de distância das pessoas, lavarem a mão, além de higienizarem o telefone, maçaneta, e outros objetos. Acredito que seja melhor pecar pelo excesso para que a gente não repita o que ocorreu na Itália — orienta a médica.