O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) pretende implantar, até o fim de 2020, um sistema de monitoramento por câmeras nas áreas que rodeiam as represas de Caxias do Sul. O objetivo é intensificar a fiscalização para impedir ações criminosas, pesca predatória, caça de animais silvestres e também que os lagos sejam utilizados para banho. Entre quinta-feira (6) e sábado (8), dois adolescentes desapareceram na área da represa Maestra, na zona norte da cidade. Desde então os bombeiros realizam buscas e, na manhã desta segunda-feira (10), localizaram um corpo, que a família diz ser de Carlos Henrique de Siqueira, 14 anos, procurado desde a quinta.
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A implantação das câmeras é apontada pelo diretor-presidente da autarquia, Idair Moschen, como uma forma de ampliar a vigilância das áreas sem a necessidade de aumentar o quadro de servidores responsáveis pelo trabalho. Pelo projeto, as imagens, captadas 24 horas por dia, serão enviadas a uma central de monitoramento que será construída na sede da autarquia.
— Uma vez observado pelas câmeras, é possível mandar uma equipe até o local — aponta Moschen.
Atualmente, a fiscalização das barragens é realizada pela Guarda Municipal em parceria com o setor de fiscalização de recursos hídricos do Samae, por meio da Operação Verão Seguro. Desde o início do mês, a autarquia destinou servidores responsáveis pela proteção do patrimônio para integrar a Vigilância Ambiental, que foi reativada. Ao todo, são quatro pessoas da autarquia destinadas à fiscalização das áreas por meio de rondas diárias. Sempre que alguém é flagrado dentro da água, segundo o diretor-presidente, é abordado pelos fiscais e orientado a sair do lago e informado dos riscos que a represa oferece.
— Todos os dias são flagradas pessoas tomando banho, principalmente crianças e jovens. Represa é um local inadequado e não tem guarda-vidas. Precisamos conscientizar pais, professores e, principalmente, o movimento comunitário para que orientem os jovens a evitar esses locais — defende Moschen.
O secretário de Segurança Pública e Proteção Social, Hernest Larrat dos Santos, disse que a Guarda Municipal deve redobrar a fiscalização nas áreas das represas já neste fim de semana e um calendário deve ser elaborado para ampliar o número de rondas até o fim do verão. A secretaria também pretende intensificar campanhas de orientação para evitar que a população tome banho em áreas proibidas.
— Os locais têm que placas que informam que é proibido. Infelizmente as pessoas pulam esta etapa da prevenção, entram na água e acabam se afogando. Muitas vezes as equipes colocam os botes na água, abordam as pessoas para sair e quando chegam para fiscalizar a outra ponta, elas já voltaram — afirma o secretário.
Larrat disse ainda que, além das câmeras a serem instaladas pelo Samae, a Secretaria de Segurança Pública irá encaminhar a compra de um drone para o monitoramento aéreo das represas e também de outros pontos da cidade.
Invasão de gado
Outra situação identificada pelo Samae da reserva Parque dos Pinhais, no entorno da represa Marrecas, em Vila Seca, pelo gado de propriedades vizinhas. Um levantamento realizado pela autarquia nas últimas semanas identificou 60 cabeças de gado e alguns cavalos.
Segundo Idair Moschen, nos próximos dias, os animais serão retidos pela autarquia e devolvidos aos donos somente após comprovação de propriedade e pagamento dos custos de alimentação durante o período da apreensão. Caso o responsável por algum animal não se apresente, o Samae dará outra destinação, ainda não definida. As cercas do entorno da reserva também estão sendo revisadas porque, segundo Moschen, algumas foram cortadas, permitindo a passagem do gado.
— Estamos retomando essa fiscalização porque achamos de fundamental importância essa preservação para manter a qualidade da água — afirma Moschen.
O diretor-presidente não soube dizer desde quando os animais circulam pela área.