A Universidade de Caxias do Sul (UCS) sedia nesta segunda-feira (11) o simpósio Migração e Refúgio: Diálogos à Luz dos Direitos Humanos. O evento, que se iniciou por volta das 9h, segue até as 22h no auditório do Bloco J, na UCS. Conforme o advogado de migrações do Centro de Acolhimento ao Migrante (CAM), de Caxias do Sul, Adriano Pistorelo, o simpósio pretende discutir fatos e questões voltadas aos direitos/deveres dos migrantes e refugiados a partir dos novos marcos legais no Brasil. Também será discutida a situação do migrante que vive em Caxias do Sul e na Serra.
Segundo Pistorelo, é preciso sensibilizar a comunidade regional para a questão das migrações contemporâneas. Para ele, é preciso, também, debater e criar um diálogo mais efetivo entre a academia, o município, o Estado, a sociedade civil, a advocacia e o setor empresarial no que se refere às políticas públicas, ações privadas e parcerias locais de auxílio ao migrante. Durante entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda, Pistorelo afirmou que o número de migrantes em Caxias se estabilizou, porém o fluxo continua constante.
— Pessoas de várias nacionalidades continuam vindo para Caxias do Sul. Senegaleses e haitianos continuam se deslocando. Agora, por meio da operação acolhida, com o fluxo de Roraima/Boa Vista, os venezuelanos também têm chegado à cidade. Apesar de estarmos bem deslocados do eixo onde tem ocorrido a entrada dos venezuelanos, temos recebido no Estado e na região, vários venezuelanos advindos da operação do governo federal e da região norte do país.
Na visão do advogado do Centro de Acolhimento ao Migrante, Caxias do Sul se tornou um grande centro de regularização migratória para todos os migrantes que residem na região, também devido a presença de um posto da própria Polícia Federal na cidade.
— Nós temos em Caxias, amparadas pelo CAM, mais de 20 nacionalidades. Também atendemos aquelas pessoas que ficam obrigadas a migrar, como o caso dos venezuelanos, dos turcos e dos sírios. Eles acabam vindo ao Brasil por conta da proteção oferecida pelo governo brasileiro. Os venezuelanos são reconhecidos como refugiados por questões de violações dos direitos humanos. É uma opção: fica e passa pelas privações que do país ou migra para qualquer outro lugar.