Enquanto os donos das bancas de revistas fechadas no final de julho ainda sonham em retomar as atividades, a prefeitura de Caxias do Sul anunciou a intenção de transformar os espaços em pontos de venda de produtos orgânicos e da agroindústria. Inclusive há um estudo em andamento para definir a viabilidade de ocupação.
A ideia foi tornada pública na manhã desta quinta-feira (19) durante encontro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, que reúne representantes do Executivo e de entidades da agricultura caxiense.
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Conforme a secretária municipal da Agricultura, Camila Sandri Sirena, as bancas estão sob a gestão da pasta e a abertura de pontos de venda para favorecer a agricultura atenderia a uma antiga demanda.
As estruturas estão instaladas na Rua Alfredo Chaves, em frente ao Centro Administrativo Municipal; na Praça Dante Alighieri, na esquina da Rua Sinimbu com a Rua Marquês do Herval; na Praça João Pessoa, de frente para a Avenida Júlio de Castilhos; e na Rua Marechal Floriano, ao lado do Pronto Atendimento 24 Horas.
— Em diversos momentos foi dito que existe uma demanda muito grande para a agroindústria. Não há nenhum ponto de venda em Caxias para os nossos produtos e, recentemente, foi questionado por muitas pessoas onde seria possível encontrar os vinhos de Caxias. Por isso, há uma análise sobre a viabilidade de usar as bancas para os programas da secretaria — diz Camila.
A secretária afirma que não há nada definido e o próprio levantamento indicará se haveria necessidade de reformar as bancas ou implantar outros equipamentos. Outro fator a ser considerado são as pendências judiciais como a liminar que suspendeu o andamento da reforma da Praça Dante Alighieri sem autorização do Legislativo e a determinação, também em caráter liminar, que impede a demolição ou remoção das estruturas.
Camila diz que a implantação dos pontos de venda será construída em parceria com os produtores rurais. Ela não detalhou se o projeto exigirá licitação, mas ressaltou que os espaços pertencem ao município e, portanto, poderiam ser usados para ações da secretaria.
— Há uma projeção de 20 agroindústrias que poderiam vender seus produtos. O mercado é bem grande. Temos, por exemplo, mais de 40 vinícolas na cidade, sem falar nos orgânicos — reforça a secretária.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Rudimar Menegotto, soube da novidade na reunião do conselho e considera uma boa iniciativa para o segmento.
— Acho a ideia ótima. O agricultor poderá vender seu produto. Hoje, não tem lugar fixo para isso — opina Menegotto.
Disputa
O advogado Adir Rech, que representa os proprietários das revistarias, afirmou que a prefeitura pode implantar nos locais o que achar conveniente, pois uma decisão da Justiça determina, por enquanto, que a obrigação é preservar o bem material.
Rech recorreu ao Tribunal de Justiça para questionar essa decisão em primeira instância, que permitiu o fechamento das bancas. Ele também lembra que a Câmara de Vereadores estuda um projeto de lei que tornaria as bancas de revista patrimônios imateriais de Caxias.
— No caso, se aprovado, os pontos voltariam a ser bancas de revistas — avalia o advogado.
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