O Pioneiro conversou com uma das jovens que se feriu em um brinquedo do Eco Parque em Nova Roma do Sul no último dia 24 de agosto. Eduarda Daghetti, 17 anos, contou como foram os momentos anteriores e posteriores ao acidente que acabou vitimando ela e a prima Iaritsa Bertollini Prais Tavares, 18.
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Elas estavam em um brinquedo conhecido como pêndulo – espécie de balanço içado por cabos de aço e solto a uma altura de 10 metros – quando houve um problema no equipamento. Em vez de terem uma descida suave, as jovens sofreram um movimento semelhante ao de uma queda vertical. A cadeira em que elas estavam não chegou a tocar o chão, porque o equipamento de segurança do brinquedo foi acionado impedindo o impacto. Mesmo assim, a força da descida brusca causou lesões em ambas.
As primas foram levadas imediatamente ao Hospital São Carlos, em Farroupilha. Iaritsa teve fratura de fêmur nas duas pernas, passou por cirurgia e permanece internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O quadro de saúde melhorou nos últimos dias, segundo familiares, e ela já respira sem a ajuda de aparelhos. A jovem deve passar por novo procedimento para implantação de pinos nos locais das fraturas.
Já Eduarda foi atingida na coluna, chegou a ser a internada no São Carlos, mas foi transferida no dia seguinte para o Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, de onde teve alta horas depois. Ela é natural de Alvorada, na Região Metropolitana, onde mora com a família e cursa o 2º ano do Ensino Médio. Resolveu acompanhar a prima e o tio, Ailton dos Santos, na excursão ao parque de aventuras sem muito planejamento, às vésperas do passeio. Saíram da Estação de Rodoviária de Porto Alegre na manhã do dia 24 em direção a Nova Roma do Sul.
– A gente estava procurando alguma coisa para fazer naquele final de semana. A gente queria fazer algo diferente – contou a adolescente.
À reportagem Eduarda diz que está bem, mas, ainda em repouso, não retomou as atividades do dia a dia. A adolescente ressaltou que a direção do parque está prestando todo o auxílio necessário às famílias.
– Eles estão sendo incríveis com a gente. Só tenho que agradecer – declarou.
Confira trechos da entrevista:
Pioneiro: Vocês chegaram ao parque pela manhã. Foram em algum outro brinquedo antes do pêndulo?
Eduarda: Fomos na tirolesa (onde a pessoa deslisa por um cabo que liga um ponto a outro, geralmente, envolve altitude) e bungee jump (o praticante salta de um ponto de grande altura preso a uma espécie de cabo elástico). A gente estava na dúvida se ia no pêndulo ou no quadriciclo. Aí, como era rápido, fomos nele (pêndulo).
Já tinha ido a um brinquedo como o pêndulo?
Parecido, mas não como aquele.
O que você lembra do acidente?
Foi tudo muito rápido. A gente estava subindo e estava tranquilo. A gente falava que estava com medo, mas, normal... Aí, ao chegar lá em cima, não sei se ela (Iaritsa) passou mal ou estava muito nervosa, daí a gente disse: quero descer, quero descer. E na hora, para a gente, foi como se ele tivesse soltado, como se estivesse fazendo o trajeto dele normal. Mas a gente não sabe, agora, se arrebentou alguma coisa ou o que aconteceu. Isso é o máximo que lembro. Depois que ele soltou, eu fechei o olho e não lembro de mais nada.
Chegou a sentir o impacto ou alguma dor?
Nada. Nada mesmo. Não lembro de nada. Fiquei sabendo que a gente chegou a desmaiar e, depois, que a gente conversava com eles (pessoas que ajudaram no socorro). Só que não lembro dessa parte.
De que momento você recorda depois?
Do hospital. Tentava falar com a "Ari" (Iaritsa) para saber como ela estava.
E como se sente agora?
Estou bem melhor. Me recuperando. Algumas dores, mas faz parte do processo.
Você está acompanhando a situação da Iaritsa?
Não fui visitar porque não estou saindo (de casa). Mas as notícias fico sabendo pela mãe dela e meu tio Ailton.
Já voltou a desenvolver as atividades normais?
Ainda não voltei. Mais repouso mesmo.
Você iria de novo em um brinquedo igual?
Acidentes acontecem. Não dá para ficar culpando ninguém. Aconteceu isso, infelizmente. Eu sou muito tranquila em relação a este tipo de coisa. Claro, no momento, vou dar uma pausa bem grande, porque é recente tudo.