Docentes de três escolas estaduais de Caxias do Sul paralisam as atividades nesta segunda-feira (01) para protestar contra a situação de infraestrutura das instituições de ensino e contra o parcelamento dos salários dos servidores públicos pelo Governo do Estado. São três escolas que estão com as atividades totalmente paralisadas: o Instituto Estadual Cristóvão de Mendoza, a Escola Estadual de Ensino Médio Maria Araci Trindade Rojas e a Escola Estadual de Ensino Fundamental Ivanyr Marchioro. A manifestação também contou com adesão parcial de servidores das escolas Presidente Vargas, Apolinário e Pena de Moraes.
Segundo o diretor-geral do 1º Núcleo do Cpers, David Ipê Carnizella, os professores se reuniram durante a manhã com o objetivo de traçar estratégias de mobilização diante do parcelamento dos salários. Segundo ele, muitos professores alegam que não têm condições de se dirigir aos estabelecimentos de ensino por conta da falta de recursos, inclusive. Conforme Carnizella, os docentes querem uma correção de 28% no salário - o valor contempla a defasagem de cinco anos no reajuste dos rendimentos.
— A gente está em uma situação de miserabilidade da categoria, são cinco anos sem aumento, esses 28% seria o acumulado desse período só da inflação. A gente não pode continuar nessa situação. Se tudo aumenta e nosso salário continua igual, significa que o nosso salário está menor do que era antes — aponta.
Além da demanda por correção no salário, a paralisação também visa reivindicar a contratação de mais professores para a rede pública. A diretora da Escola Ivanyr Marchioro, Michele de Lima, que assumiu a direção da instituição de ensino no dia 21 de junho, diz que faltam três docentes na escola, nas áreas de História, Geografia e Ensino Religioso, além de uma merendeira.
— Não tem previsão desses professores virem. Hoje temos 10 docentes no quadro e temos que nos virar com a falta de merendeira. A gente que serve os alunos. Esporadicamente, quando tem comida disponível, chamamos uma mãe voluntária que faz a merenda — afirma Michele.
Ao todo, 1.723 estudantes das escolas que paralisaram as atividades nesta segunda-feira foram afetados. A reportagem entrou em contato com a 4º Coordenadoria Regional de Educação, que informou que não houve comunicação oficial da interrupção das atividades por parte do Cpers, o que não interfere na autonomia de realizarem o protesto. No entanto, a 4° CRE garante que o dia letivo terá que ser recuperado.