Nos últimos dois anos, apenas 1% dos 53 mil metros quadrados da Maesa foi ocupado. 2019 segue um ano de incertezas e sobressaltos em relação a este patrimônio caxiense. Por parte do Executivo Municipal, são mínimas as iniciativas para que se cumpra o acordo estabelecido entre o Estado e o Município por ocasião de transferência do prédio, conforme Lei 14.617, de 08 de dezembro de 2014. Há a perspectiva de transferir a estrutura da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social para um dos pavilhões e concluir levantamento de toda a área do complexo depois que a empresa Metalcorte deixe o local. Mas, quando?
O impasse gera situações como o pedido de informações da Procuradoria-Geral do Estado sobre como tem sido encaminhado o acordo firmado entre as partes. Há um risco sério de a cidadania perder aquele que seria o seu espaço de cultura e lazer, a sua cidadela das artes.
É preciso ressaltar, no entanto, que a Metalcorte ocupa apenas 30% do espaço da Maesa. Os outros 70% seguem sem qualquer ação efetiva de preservação, ações de revitalização ou ocupação - mesmo que com ações pontuais. São preocupante as evasivas de representantes da gestão pública municipal em relação ao tema. Terão respostas assertivas para dar?
O que se espera é que esse conjunto arquitetônico que faz parte da história da cidade vire um grande equipamento de cultura e lazer para toda a população. É o que prevê a lei. Para que isso possa de fato se tornar uma realidade, estamos unidos no coletivo Abrace a Maesa desde 2018. Acreditamos na capacidade de mobilização da sociedade civil pela real transformação da antiga Metalúrgica Abramo Eberle num espaço que possa ser ocupado pelas atuais e futuras gerações de caxienses. Acreditamos que a cidade pode reinventar seus lugares de encontros e convívio.
Queremos que a vida nas ruas e espaços públicos seja segura e saudável. Cultura e lazer contribuem para isso sempre. Abraçamos essa ideia com aulas públicas e atividades culturais. Temos informado e conscientizado a população sobre a importância e a riqueza da Maesa. Diante das instabilidades postas, é hora de renovar o fôlego! Acreditamos que podemos redesenhar o mapa da cidade abraçando a Maesa, reafirmando sua importância e garantindo sua condição de patrimônio caxiense.
Vamos conversar sobre a Maesa no próximo domingo, às 16h, na Rua Plácido de Castro?
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