O cenário musical de Caxias do Sul perdeu um de seus expoentes nesta semana. Aos 75 anos, Ubirajara Matana morreu nesta quinta-feira (4), à 1h20min, em virtude de um tumor no sistema linfático. A despedida ocorreu no mesmo dia de sua morte, com a cremação do corpo realizada no final da tarde, no Memorial Crematório São José, em Caxias do Sul.
De acordo com informações dos familiares, ele estava internado no Hospital do Círculo há cerca de 20 dias. O tumor tinha sido detectado há pelo menos dois meses. Matana chegou a iniciar o tratamento de radioterapia e quimioterapia, mas não resistiu.
Natural dos campos de Vila Seca, interior do município, Matana foi um dos principais nomes do violão gaúcho na década de 1970. Nessa época fez parte do grupo "Os Cobras do Teclado" juntamente com Adelar Bertussi e Itajaiba Matana nos acordeões e Paulo Santos na bateria, animando bailes por todo o Sul do Brasil.
Com os Cobras do Teclado, o músico registrou em discos, pela gravadora Continental de São Paulo, seus principais solos de violão, em músicas como Busca-pé, Malandrão, Flor Paraguaia, Pé Ligeiro e Piquenique. Juntamente com Antoninho Duarte do grupo "Os Mirins", Matana tornou-se uma das principais referências do violão nesse estilo.
— Ele era uma pessoa muito simples, pra ele bastava um chimarrão, um violão, e uma boa conversa, tinha um coração de ouro — lembra a filha do músico, Kátia Matana Pereira.
Segundo ela, seu pai não vinha fazendo shows nos últimos anos, mas ainda estava compondo músicas e gravando suas criações.
Trajetória reconhecida
A classe musical da cidade também lamentou a morte do instrumentista, relembrando a trajetória de sucesso por ele percorrida.
"Tive a felicidade de conviver com o Bira e poder resgatar um pouco de seu trabalho ajudando na produção de dois de seus CDs", relatou o músico e professor Valdir Verona, em uma publicação no Facebook.
"Ainda hoje é muito comum se encontrar músicos que comentam terem tocado as músicas do Ubirajara nos bailes. Segundo pessoas que presenciaram o músico no auge de sua carreira, havia momentos no baile em que os acordeonistas davam uma pausa e Ubirajara segurava o baile apenas acompanhado pelo baterista", descreve um trecho do texto publicado por ele, divulgado em 2011 para lançamento do disco "Do Meu Tempo". O álbum contou a participação de Verona também nos violões de base e na viola.
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