São 38 anos da descoberta da Aids no mundo e seis meses do diagnóstico positivo para Fábio (nome fictício), 23 anos. No final do ano passado, após exames de rotina, o morador de Caxias recebeu o resultado que o deixou perdido. Passado o susto inicial, ele varreu os sites que tratavam sobre a doença e viu que poderia viver com o vírus tranquilamente. Depois, com a ajuda de um amigo, também soropositivo, procurou o serviço de infectologia da cidade.
— Já tinha ouvido falar, mas a gente pensa que nunca vai chegar na gente. A primeira coisa que me veio à cabeça foi que eu ia morrer. Na mesma noite, comecei a pesquisar e vi que não tinha nenhum problema, que eu ia me tratar e ficar bem. Estou fazendo o tratamento direitinho, tomando os remédios e estou ótimo — comemora o cabeleireiro.
O tratamento começou em fevereiro e ele não teve reação aos medicamentos. No próximo exame, em agosto, ele imagina que já estará indetectável — quem realiza o tratamento e consegue controlar a carga viral por seis meses não transmite o vírus para outras pessoas.
Do ex-namorado, de quem ele imagina ter adquirido o vírus, não guarda mágoas. Fábio prefere encarar como aprendizado. Por isso, nos relacionamentos que teve após descobrir a doença, não abre mão do preservativo.
Com disposição de viver, Fábio dá exemplo de que a Aids não é o fim.
— Vou continuar correndo atrás dos meus sonhos, continuar sendo quem eu sou. Não vai mudar nada, é uma condição minha.