A proposta de revitalização da praça Dante Alighieri, em Caxias, prevê restrição no acesso de veículos à Avenida Júlio de Castilhos, entre as ruas Marquês do Herval e Dr. Montaury. A intenção é que a passagem seja liberada somente para alguns veículos e a baixa velocidade, principalmente para acesso aos imóveis e estabelecimentos comerciais. O anteprojeto com essas e outras mudanças foi apresentado na manhã desta quarta-feira (8) aos integrantes do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc).
A previsão é implantar a modificação no trânsito para se adequar à nova proposta para o ponto, que deve ser mais voltado ao convívio e ao compartilhamento. Para atingir o objetivo, a Júlio deve deixar de ter o meio-fio, ficando no mesmo nível da praça. Para proteger os pedestres do trânsito, barreiras físicas devem ser instaladas. A calçada junto às lojas deve ser ampliada e ganhar áreas de lazer, com bancos, no meio da quadra. Além disso, a via terá mais pontos de travessia, junto às esquinas e também ao centro.
— O objetivo é voltar a costurar a praça ao entorno — afirma Akemi Inamoto, uma das arquitetas do município responsáveis pelo projeto.
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Com as modificações, a intenção é que a Feira do Agricultor também ganhe nova configuração, com bancas dispostas dos dois lados da Júlio. Os caminhões dos feirantes também deverão permitir a travessia de pedestres nos três pontos com faixa de segurança, o que vai evitar que o comércio fique "isolado" do restante da praça em dias de feira.
É também nesta face da Dante Alighieri que está prevista a construção de um palco multiuso. A estrutura ficará entre a Estátua da Liberdade e a Júlio, e vai ser destinada a diversas atividades que costumam ser realizadas no espaço.
Os postes atuais, que fazem releitura de luminárias antigas da praça, devem ser substituídos por estruturas que suportam iluminação de LED. As lixeiras também devem ser renovadas, enquanto os bancos poderão ser reaproveitados.
Na configuração atual da praça, as alamedas onde estão parte dos monumentos, como o busto de Dante Alighieri, terminam em canteiros atrás das estátuas. O anteprojeto prevê a abertura desses espaços para permitir a circulação de pessoas. Já o canteiro do monumento Gigia Bandera deve ter novo tratamento com maior destaque à escultura.
— Os monumentos são imexíveis e inegociáveis porque demarcam a história — destaca Akemi.
O anteprojeto levou sete meses para ser elaborado e se baseou em pesquisas realizadas via internet e presencialmente junto à comunidade. Segundo a arquiteta, o levantamento identificou que 25% dos entrevistados utiliza a praça como área de lazer. Para outra parte do público, especialmente moradores de outras cidades que buscam atendimento médico em Caxias, o espaço serve como "sala de espera".
Para a elaboração da proposta, a praça foi dividida em áreas, de acordo com o uso (confira abaixo). A proposta ainda pode ser modificada, já que passará por discussão no Compahc. O município pretende iniciar as obras no segundo semestre, após a realização de licitação.
Áreas da praça
Bordas
Além das modificações junto à Avenida Júlio de Castilhos, também haverá alargamento de calçada nos dois lados da Rua Dr. Montaury, em frente à Casa da Cultura. Uma estrutura metálica também será implantada no ponto para permitir a instalação de cobertura temporária para eventos, como a Feira do Livro. No lado direito da via, serão criadas vagas para estacionamento de ônibus escolares e de turismo. Já o lado esquerdo, junto à praça, haverá vagas para carga e descarga. Além de novos postes, as árvores também devem receber iluminação indireta, a partir do piso.
Alamedas
Alamedas onde ficam monumentos serão abertas à circulação de pedestres. Novos caminhos para deslocamento devem ser criados e bancos devem ser dispostos em partes dos canteiros, junto à arvores hoje raras no Brasil. Um playground e um espaço pet devem ser implantados próximo à calçada da Marquês do Herval.
Boas vindas
Espaço que compreende a face junto à Sinimbu. Neste ponto, os canteiros em forma de semicírculo em frente à Catedral ganharão um museu a céu aberto, contando a história da praça. O Centro de Atendimento ao Turista (CAT) deve ser reposicionado mais para o interior da praça e ganhará vidro mais claro. Junto à estrutura haverá um pergolado para pequenos eventos, bancos e água gelada. Nas proximidades do quiosque, será implantado um ponto de aluguel de bicicletas. O entorno do monumento a Duque de Caxias terá um pequeno largo para eventos cívicos, que avançará sobre a área de estacionamento. Junto aos banheiros será construída uma nova guarita para a Guarda Municipal, que terá uma pequena central de monitoramento das câmeras da praça.
Cotidiano
Área que compreende o centro da praça e a face da Avenida Júlio de Castilhos. Prevê a implantação de um quiosque multiuso próximo ao cruzamento da Júlio com a Rua Dr. Montaury. A estrutura será utilizada em ações do poder público. No centro da praça, está prevista a redução de dois grandes canteiros. A vegetação da praça, porém, não deve ter grandes transformações. A água retirada do chafariz passará a ser escoada por canos e não mais pela superfície. A praça voltará a ter sinal de wi-fi.
Bancas
O projeto prevê a retirada das bancas de revistas que existem atualmente. O município já notificou os donos dos estabelecimentos a deixar o espaço. Após o assunto parar na Justiça, uma audiência de conciliação foi realizada no dia 24 de abril e um novo prazo de 90 dias para a saída foi acordado entre as partes. A prefeitura diz que precisa retirar as estruturas para fazer a análise de solo e finalizar o projeto. Somente depois disso ele pode ser licitado.