A partir de hoje, as aulas para os 60 alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Paulo Freire, que atende aos adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caxias do Sul, será em um espaço novinho. A sede nova da instituição de ensino inaugurou na manhã de ontem. Participaram da cerimônia, os secretários estaduais de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Catarina Paladini, e da Educação, Faisal Karam, e o presidente da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), Robson Luis Zinn.
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O novo módulo escolar fica em um prédio anexo ao Case, no bairro Reolon, onde ficam cinco salas de aula, biblioteca, laboratório de informática, banheiros (inclusive um adaptado para pessoa portadora de deficiência), copa e sala para materiais pedagógicos, além da área administrativa (secretaria, sala de professores e da direção).
– Esses jovens que cometeram erros no passado, se não forem ressocializados, nós nunca teremos uma sociedade melhor. É a inclusão que a gente precisa. Não preparamos um jovem não dando a ele oportunidade de crescimento e de formação – declarou o secretário estadual de Educação, Faisal Karam.
A escola oferece os ensinos Fundamental, Médio e para Jovens e Adultos (EJA). Um dos adolescentes, de 19 anos, retomou os estudos na instituição:
– No começo foi meio complicado, em função de estar longe da família e afastado da sociedade. Mas agradeço, porque foi uma nova oportunidade de recomeçar. Se eu estivesse na rua, talvez, não tivesse terminado meus estudos. Aqui estou no 2º ano do Ensino Médio. A escola nova é um incentivo para os que vêm.
A obra custou R$ 742,4 mil. As atuais salas do Case utilizadas pela escola serão disponibilizadas para cursos de profissionalização.
O secretário de Justiça, Catarina Paladini, disse que estão sendo construídos três novos módulos escolares da Fase no Estado para desafogar as atuais unidades. Atualmente, 1.230 adolescentes cumprem medida socioeducativa na Fase no Rio Grande do Sul para uma capacidade de 765 vagas. Em Caxias, o Case que, hoje tem 60 internos, já chegou a ter 100, para 40 vagas.
– Nosso trabalho é focado na dinâmica de socioeducação. Estamos construindo mais três unidades (escolares) na Fase na perspectiva de despressurizar o sistema, porque reconhecemos que há um número significativo de menino nas casas. Isso nos oportuniza trabalhar de forma sensata a educação, a ressocialização, o desligamento desses meninos encaminhando a inserção deles no mercado de trabalho – ponderou Paladini.
Sobre a possibilidade de Caxias receber um Centro para a Juventude (CJ), aos moldes dos que operam em cidades da Região Metropolitana, Paladini disse que os locais foram escolhidos com base nos índices de violência para atenuar os dados. No caso de Caxias, Paladini diz que há disposição de construir ações semelhantes mas por meio de parcerias público-privadas. Funcionaria assim: valores deduzidos das empresas por meio da Lei da Solidariedade e da Lei de Incentivo ao Esporte, seriam direcionados para construção de centros regionais onde seriam realizadas oficinas. O projeto ainda está em estudo.