Oito meses após retirar da Câmara de Vereadores o projeto de concessão do Parque do Palácio para ampliar as discussões com a comunidade, a prefeitura de Canela ainda não definiu o destino da área verde. Novas formas de parcerias com a iniciativa privada devem ser avaliadas após a rejeição de uma proposta alternativa, apresentada em dezembro pela Associação Amigos do Parque do Palácio a pedido do município. Não há prazo, porém, para que outra proposta seja apresentada.
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O impasse envolvendo a concessão do parque gira entorno da construção de um centro de convenções na área. A lei estadual 13.506/2010, estabelece o empreendimento como condição para o repasse da área do Estado para o município. No ano passado, a prefeitura abriu um chamamento público, que teve uma empresa interessada. Pela proposta, além do centro de convenções, a área ganharia hotel e lojas, em troca da manutenção das áreas de lazer do parque.
A possibilidade de uso da área verde para exploração comercial gerou reação de parte da comunidade. Com os protestos, o município deu prazo de quatro meses para a apresentação de uma proposta alternativa, encaminhada pela Associação Amigos do Parque do Palácio. O projeto, porém, previa construção de anfiteatro e áreas para ações ambientais, entre outras atrações, sem o centro de convenções. Por causa disso, acabou rejeitado pela prefeitura.
— O projeto foi arquivado porque não atendia à cedência do governo do Estado - afirma Paulo Tomasini, secretário de Governança, Planejamento e Gestão de Canela.
A esperança da administração agora é encontrar outro investidor para a área, já que o primeiro desistiu do negócio. Enquanto o novo modelo não é definido, a única certeza da prefeitura é de que ele precisa contemplar o centro de convenções.
— Disso não se abre mão, é uma necessidade. Nesse momento, uma área boa, na entrada da cidade, com acesso viário, é ali. Claro que, se não der, vamos buscar outra alternativa - defende Tomasini.
Integrante da Associação Amigos do Parque do Palácio, Sônia Guimarães lamenta o arquivamento do projeto apresentado pela entidade e reclama da falta de diálogo por parte da administração municipal.
— Fizemos inúmeras tentativas de diálogo, sem sucesso. Foi mais fácil ser recebido pelo governador do que pelo Executivo de Canela. Tínhamos até empresas interessadas - revela.
A reunião com Eduardo Leite (PSDB) ocorreu no fim de março como parte da nova estratégia da associação de viabilizar uma concessão sem o centro de convenções. Outra aposta são as tratativas , já iniciadas com a Assembleia Legislativa, para alterar a lei que oficializou o repasse da área ao município.
— Achamos que o parque não pode sediar centro de convenções. Não podemos simplesmente construir uma coisa sem que haja estudo técnico de viabilidade. Parque não é lugar de centro de convenção e hotel. É lugar de lazer. Queremos abrir o debate, que as pessoas se manifestem. É isso que esperamos da prefeitura - destaca Sônia.
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