Começou nesta segunda-feira a remoção de famílias que ergueram moradias numa área que abrange a bacia de captação do Sistema Maestra, no Travessão Leopoldina, bairro Serrano, em Caxias do Sul. A determinação judicial prevê a demolição de cinco casas às margens de um arroio. Conforme o oficial de Justiça Paulo Mazui, nesta segunda-feira será cumprida apenas a ordem de demolição da moradia da aposentada Flávia Kuhn de Oliveira. Outras quatro casas ainda não têm data definida para remoção, mas o trabalho deve ser realizado nos próximos dias.
Apesar de as famílias terem conhecimento da decisão judicial, a ação de hoje provocou indignação. Funcionários da prefeitura carregaram os móveis e eletrodomésticos da aposentada num caminhão. Guardas municipais fizeram a segurança da operação, que também teve a participação de funcionários da Rio Grande Energia (RGE). A mudança seria encaminhada para uma casa da filha de Flávia.
— Isso não é justo. Compramos o terreno, pagamos, temos contrato disso e nunca ficou claro porque temos de sair — desabafa Graziela Lira de Oliveira, 19, vizinha e moradora de outra casa que será removida.
Os moradores afirmam que adquiriam as propriedades de Euclides Pereira de Macedo, antigo dono da área, há mais de 15 anos. Conforme o Ministério Público, Macedo, que já morreu, parcelou o terreno de forma irregular mesmo sabendo dos impedimentos de se construir em áreas de captação de água. O dono da área virou réu num processo. Com o passar do tempo, as famílias que compraram os lotes foram incluídas na mesma ação. A decisão da Justiça, que determinou a saída, saiu em fevereiro.
A intenção do poder público é regularizar as demais moradias, o que inclui a instalação da uma rede de esgoto. Para isso, o Samae precisa fazer a desocupação de quatro lotes (onde estão cinco moradias), sendo dois de cada lado do riacho.