O projeto Prato Solidário que serve, em média, 13 mil refeições por mês em Caxias do Sul, entrou na pauta da reunião do Parlamento Regional na última quarta-feira, em Farroupilha. Apresentar a iniciativa aos presidentes das Câmaras de Vereadores que compõem o colegiado teve como objetivo inspirar e provocar os parlamentares a replicarem o projeto nos seus municípios.
O projeto foi idealizado pelo empresário caxiense Euclides Sirena em meados de 2013. Começou atendendo a 45 crianças do bairro Jardelino Ramos e, depois, a moradores de rua. Porém, para ser efetivado no formato atual, a legislação de 1972, em vigor à época, precisou ser modificada. Ela sugeria que os estabelecimentos que doassem sobras de alimentos poderiam ser responsabilizados, caso houvesse dano à saúde de quem consumisse.
Com a sanção da Lei 8.158, de 8 de dezembro de 2016, que autorizou o aproveitamento das sobras, desde que observada a legislação sanitária, o projeto passou a funcionar assim: Um grupo de voluntários percorre diariamente os restaurantes e cozinhas de indústrias parceiros recolhendo o excedente de alimentos dos almoços e entregando em entidades cadastradas. Atualmente, são 14 estabelecimentos e 11 entidades beneficiadas. Essas refeições atendem a 600 pessoas entre crianças, adultos e idosos de segunda a sexta-feira.
— Percebia muitas pessoas embaixo das sinaleiras pedindo comida. Em Caxias, diariamente, eram recolhidas pela Codeca (iam para o lixo), oito toneladas de comida saudável. Foram quase quatro anos até que a lei fosse modificada. Hoje, temos empresas querendo nos doar e entidades querendo receber. Precisa alguém que faça o processo acontecer. É uma questão de vontade e de amor pelo próximo — ressaltou Sirena.
Agora, caberá aos legislativos da Serra proporem leis para que o projeto possa virar realidade também em suas cidades.
— É um tema de importância regional, o qual, o parlamento pode encabeçar e pode disseminar essa sementinha para que nossas populações sejam contempladas. Muitas vezes, um projeto de fácil execução, mas se não tem alguém que faça, isso (alimento) acaba ficando nos restaurantes e refeitórios ou acaba indo para o lixo, em vez de ir para quem precisa — disse o presidente da Câmara de Vereadores de Farroupilha, Thiago Brunet, durante a sessão.
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