Uma iniciativa bacana quer desmistificar a ideia de que a presença de policiais em áreas de lazer da juventude significa fim de festa. O movimento Quem vem para o sofá? levará o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) para conversar com estudantes do Ensino Médio de Caxias do Sul. A inspiração foram os casos de agressão envolvendo adolescentes no último Carnaval e as frequentes confusões no entorno dos postos de combustíveis na Perimetral Norte, na Avenida São Leopoldo e no bairro São Pelegrino, que exigiram a criação de uma patrulha da BM contra perturbação do sossego.
A proposta do Conselho Municipal da Juventude (Comjuve) foi formalizada na quinta-feira em reunião com o tenente-coronel Jorge Emerson Ribas na presença do titular da Coordenadoria Municipal da Juventude, Lucas Guarnieri, e do representante dos movimentos religiosos de Caxias, Alan Costa.
Maxwel Abreu, da ONG Participatório da Juventude e vice-presidente do Comjuve, explica que a intenção é aproximar os jovens das forças de segurança de Caxias. A percepção atual é de que a gurizada vê PMs a pé ou em viaturas nos points noturnos como uma ação de repressão e não de segurança. A partir das conversas com os estudantes do Ensino Médio, que representam boa parte do público que frequenta a noite caxiense, a expectativa é iniciar uma ruptura desse estigma.
— O fato de eu ir até a Estação Férrea e ver a Brigada não é um problema. Precisamos entender que a presença dos policiais é justamente para nos proteger durante a nossa diversão — pondera Maxwel.
O projeto Quem vem para o sofá? é parecido com o Papo de Responsa, iniciativa promovida pelo Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), em Porto Alegre. Em Caxias, o Comjuve pretende realizar a primeira atividade Quem vem para o Sofá numa escola estadual em data a ser definida.
— Não queremos o policial na sala de aula para essa conversa. Vamos levar os alunos e o policial para outro ambiente, com um sofá, de maneira que lembre uma casa dentro da escola — antecipa Maxwel.
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