A reformulação de um dos maiores gargalos do trânsito de Caxias do Sul, o acesso ao bairro Santa Fé pela Rota do Sol, finalmente saiu do papel. O anuncio já foi feito em diversas ocasiões anteriores pelo menos desde 2011, mas agora é oficial: o prefeito Daniel Guerra (PRB) assinou na tarde de ontem a ordem de início para os trabalhos, que serão realizados pela Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca).
O empreendimento tem custo previsto de R$ 3,3 milhões e será executado com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Médias Cidades. A previsão de conclusão é de um ano, mas a Codeca alerta que o tempo de execução pode variar devido às condições climáticas.
A intervenção na pista vai do quilômetro 141,63 da ERS-453, um pouco a frente da alça de acesso da ERS-122, até o quilômetro 142,28, quase na passarela para pedestres, ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte (entenda no infográfico).
Parece pouco: são cerca de 600 metros novos de pista, mas que chegam com a promessa de reorganizar e tornar mais seguro o acesso a uma das regiões mais populosas da cidade. Segundo o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias, Cristiano de Abreu Soares, foram registrados em torno de 250 acidentes no trecho desde 2011.
— A grande sacada dessa obra é que é uma rótula fechada. Ou seja, o condutor vem de um sentido e consegue fazer o retorno diretamente para o outro, sem que tenha uma faixa passando pelo meio. Ele tem a condição de fazer a conversão sem ter que parar para entrar na outra faixa — explica.
A obra é demanda antiga da comunidade e também consta há tempos nos planos da prefeitura: uma primeira versão do projeto para o local data ainda de 2007. De acordo com o secretario, como a via é estadual, foi necessário adequar o projeto às determinações do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). O ofício autorizando o início dos trabalhos veio no dia 11 de dezembro de 2017. Desde então.
— Sempre teve uma série de nós nessa questão. Começamos uma peregrinação até o Daer, até que conseguimos nos entender. Depois, a equipe técnica detectou que no projeto antigo não constava que por ali passava uma adutora, que tinha que remover postes, deslocar árvores. A gente fala em rótula da Codeca, mas isso passa uma visão simplista. É um aparelho viário, uma solução mais ampla, que vem para solucionar esse gargalo — aponta Soares.
ETAPAS DA OBRA
# Conforme Talivan Willian Tavares, Engenheiro Civil da Secretaria de Trânsito, a ideia é executar o projeto em três etapas. De acordo com a Codeca, cada uma deverá durar em torno de quatro meses.
# A primeira fase abrange a parte sul do trecho, onde está a Codeca e a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos.
# Durante os próximos 30 dias, uma adutora do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), deve ser deslocada, árvores devem ser cortadas e transplantadas árvores e postes deslocados.
# A seguir, a área será aterrada para a pavimentação de uma nova pista no sentido Monte Bérico-Ana Rech, à direita.
# Após a conclusão do trecho, a segunda fase compreende a terraplanagem e pavimentação da pista mais à direita no lado norte, sentido Ana Rech-Monte Bérico, onde está o acesso ao bairro Santa Fé.
# Com as duas pistas prontas, será possível começar a tercera fase, que trata das intervenções nos canteiros e pistas centrais, além da sinalização viária.
# A o trânsito pela ERS-122 não deve ser interrompido em nenhum momento. Desvios e bloqueios momentâneos nos acessos a via podem ocorrer durante os trabalhos, mas ainda não estão definidos.
# A autarquia alerta que o prazo da obra pode variar coforme as condições climáticas, especialmente a partir da chegada do inverno.
COMO FICA O TRÂNSITO
# A rótula alongada fechada, como vem sendo chamada pela prefeitura, tem a vantagem de permitir retornos imediatos, pelo contorno dos canteiros centrais.
# Quem vem pela Rota do Sol no sentido Monte Bérico-Ana Rech, hoje, tem que tem que acessar uma alça ao lado da Codeca e esperar para cruzar as pistas e retornar do outro lado da rodovia.
# Na nova rótula, o motorista que quiser fazer o retorno vai ter uma nova faixa, mais à esquerda. Ele poderá seguir pela pista rente ao canteiro central, separada com tachões próximo ao local do retorno, e passar diretamente ao sentido contrário, no qual entrará gradualmente, quando houver espaço. Caso não consiga fazer o retorno no primeiro canteiro, pode acessar a pista da esquerda no segundo.
# Quem vem do mesmo sentido para acessar o bairro Santa Fé, atualmente tem que atravessar a rodovia nos dois sentidos. Com a obra, é possível iniciar o retorno e permanecer à direita antes da pista que vem do sentido Ana Rech-Monte Bérico. Ali, protegido por um canteiro, o motorista poderá aguardar a oportunidade para acessar o bairro pela entrada do antigo Posto São Luiz, via Rua Hermes Fontes. A ideia é que a travessia seja facilidada, já que só será necessário atravessa um fluxo da rodovia.
# O retorno no sentido Ana Rech-Monte Bérico acontece da mesma forma. É só ficar na pista mais a esquerda e seguir rente ao canteiro até entrar, gradualmente, no sentido contrário. A dinâmica é semelhante a do novo trevo da Telasul, em Garibaldi.
# A nova modalidade deve facilitar o acesso aos serviços públicos que ficam rente à rodovia, como a Codeca, a Secretaria de Obras, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Dolaimes Stedile Angeli (Caic) e a UPA Zona Norte.
# Quem vem da BR-116 e quer acessar a Codeca, hoje, tem que fazer o retorno após o viaduto com a ERS-122.
# Para manter o fluxo, a Rua João Gregório Paniz, à esquerda da ERS-122 no sentido Monte Bérico-Ana Rech será mão única, e não mais em dois sentidos como hoje.
# O pedestre deverá seguir atravessando a rodovia pela passarela próxima à UPA. Novas calçadas serão construidas em toda a parte sul, desde a Codeca até a UPA, e do lado norte desde a área do Posto São Luiz, passando pelo acesso ao Santa Fé e até o ponto de ônibus na RSC-453.
# A Secretaria de Trânsito prevê o aumento da segurança viária para quem acessa a Rota do Sol pela ERS-122, vindo do centro de Caxias, e quer ir em direção a Farroupilha. Hoje, o motorista tem que acessar uma alça lateral e esperar os dois fluxos de trânsito para atravessar. Com a nova configuraçao, vão poder fazer o retorno em cerca de 200 metros, pelo canteiro central, sem precisar esperar. Ali, acontecem as colisões mais graves.