A construção de uma nova pista na BR-116 no trecho entre a entrada do bairro Planalto e a comunidade de São Romédio, em Caxias do Sul, está parada há três semanas. Uma equipe de pelo menos trinta pessoas iniciou os trabalhos no dia 12 de março, logo após a assinatura da ordem de início da obra. Contudo, o serviço foi interrompido uma semana depois porque a equipe encontrou um material diferente no solo no entorno da rodovia. O material está em análise e a obra deve recomeçar nos próximos dias.
O superintendente do Dnit no Estado, Hiratan Pinheiro da Silva, explica que para não comprometer a estrutura da pista, os trabalhos foram interrompidos até que o material seja analisado:
— Quando as equipes iniciaram as escavações encontraram um material diferente do apontado no projeto, no solo do terreno da BR 116, então para garantir a estrutura da obra esse material está em análise. Devemos concluir esse estudo até o final dessa semana para retomar os trabalhos no trecho e seguir com a obra — destaca, ele.
Silva já havia afirmado ao Pioneiro que a duplicação total no trecho não é possível no curto prazo, devido a tubulação de gás natural que passa ao lado da pista no sentido Vila Cristina-Caxias.
Risco de atropelamentos e acidentes
Há sinalização apontando apenas a presença de máquinas e homens na rodovia, mas como as equipes não estão no local, e parte do acostamento no sentido Plananto-Ana Rech foi alargado, os motoristas já estão usando o trecho como pista extra. Para o eletricista de automóveis, Sílvio Ferdinando Schavantes, 51 anos, os pedestres estão correndo ainda mais risco.
— Moro aqui há anos e trabalho há 21. Presenciei muitas mortes aqui, por isso, sou a favor da nova pista. Mas tem que sinalizar aqui porque os motoristas estão usando o acostamento como pista dupla e os pedestres caminham por aquele trecho, os carros param, afinal é o acostamento, e não tem placa nada que indique para não usarem ainda, e estão ultrapassando pela direita, inclusive. Estamos preocupados com o risco ainda maior de atropelamentos — indigna-se ele.
A dona de casa, Sandra Schavantes, 43, é irmã de Sílvio e também mora no trecho. Ela concorda que a falta de sinalização aumenta o risco para quem como ela precisa trafegar no acostamento:
—Temos que caminhar pelo acostamentos mas como os carros estão usando como pista está cada vez mais perigoso para os pedestres.
A retroescavadeira também abriu buracos no sentido Planalto-Vila Cristina e não sinalizou, então tanto motoristas, principalmente, motociclistam, podem sofrer acidentes na via, devido a falta de sinalização.
Obra
A obra no único trecho não duplicado da BR 116 no perímetro urbano de Caxias deve resolver ao menos parcialmente um gargalo histórico no trânsito da cidade. A extensão da nova pista medirá cerca de um quilômetro e o custo estimado é de R$ 4 milhões. O projeto da obra foi desenvolvido pela Secretaria Municipal do Planejamento (Seplan), em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e apoio de outras unidades do município. A definição do cronograma se iniciou ainda no passado, quando foram alinhadas as interferências, como drenagem, rede cloacal, mudança de parada de ônibus e postes de energia. O trecho movimenta cerca de 40 mil veículos diariamente.
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