Não precisa ser perito para constatar que falta capricho na manutenção da BR-116, em Caxias do Sul. O meio-fio de canteiros e calçadas foram pintados de qualquer jeito, ou pior, a tinta parece apenas ter sido jogada sobre os locais. Em alguns pontos, o material esparramou-se sobre parte da calçada e pista.
Esse tipo de manutenção precária não é novidade no trecho urbano da rodovia. No início deste ano, a falta de zelo já havia sido constatada nos mesmos pontos da BR. O agravante é que a LCM Construção e Comércio S.A., com sede em Belo Horizonte (MG), cobra para fazer esse tipo de pintura, também conhecida como caiação.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirma que paga R$ 1,86 por cada metro quadrado. O órgão, porém, não sabia informar ontem qual é a extensão do trecho a ser recuperado na cidade e quanto já repassou de recursos para a LCM. Os canteiros centrais da BR, por exemplo, estão inseridos num trecho de pouco mais de 11 quilômetros entre o entroncamento da rodovia com a Avenida São Leopoldo e a entrada de Ana Rech. Mas também há o meio-fio das calçadas e retornos.
Os técnicos do Dnit estiveram recentemente em Caxias do Sul e detectaram o serviço mal feito. O departamento afirma que vai notificar a LCM para corrigir o quanto antes o problema. A reportagem tentou contato quatro vezes, por telefone, com os representantes da LCM em Belo Horizonte. A responsável por prestar as informações não deu retorno.
O inspetor-chefe da 5ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, Marco Aurélio Baierle, diz que a sinalização horizontal obedece a critérios técnicos. O policial não tinha como emitir opinião se a manutenção, do jeito que está, influencia no trânsito.