O prefeito de Caxias do Sul Daniel Guerra (PRB) reuniu a imprensa na manhã desta quarta-feira para falar sobre o cenário conturbado que tenta definir o novo preço da passagem de ônibus, atualmente fixado em R$ 3,70 por determinação judicial que atendeu pedido da Visate. A prefeitura defende que o valor seja reajustado para R$ 3,04. Amparado pelo grupo de trabalho formado por técnicos do poder público, Guerra argumenta que três importantes itens são capazes de reduzir este valor. Todos os tópicos se relacionam à concessionária Visate e, segundo o prefeito, já tramita no poder judiciário um pedido de resposta que foi negado pela empresa à prefeitura.
São eles: o valor pago pela Visate pelo litro do óleo diesel, a durabilidade dos pneus usados nos ônibus e a depreciação da frota que circula por Caxias. Guerra defende que o óleo diesel pago pela Codeca, companhia ligada à prefeitura, é R$ 0,12 mais barato que o apresentado pela Visate. A vida útil dos pneus também apresentaria uma incoerência, segundo o prefeito. Enquanto em cidades como Porto Alegre e Pelotas, as concessionárias defendem que o pneu dure pelo menos 168 mil quilômetros, em Caxias, a Visate apresenta 105 mil quilômetros de durabilidade – 63 mil quilômetros de rodagem a menos. O detalhe é que os dados da Capital são referentes à Viação Navegantes, cujo proprietário é a Visate, de acordo com Guerra.
– Nós pedimos que a Visate nos apresente o contrato de compra de gasolina para entendermos que contrato é este tão mais caro. Se a Codeca que compra 1,5 milhão de litros por ano consegue R$ 0,12 mais barato, por que a Visate que compra 9 milhões de litros paga mais caro? – questiona Guerra.
Segundo a prefeitura, a Visate defende que estas informações são confidenciais e específicas para a estratégia da empresa.
– Sintetizando a depreciação dos veículos: nós pagamos por um veículo novo todo o ano, quando não o usamos – resume Guerra.
Horários e linhas serão fiscalizados
A secretaria municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade também criou um grupo de profissionais que atuará para fiscalizar a frequência das linhas de ônibus. Uma pequena quantidade de servidores já estaria atuando nas ruas mas, segundo o prefeito, houve a necessidade de ampliar a equipe.
– Nós recebemos tantas denúncias que foi necessário formar um grupo maior para fiscalizar – afirma.
A procuradora-geral adjunta do município, Ana Cláudia Doleys defende que o trabalho de verificar se horários e trajetos são oferecidos corretamente pela Visate era uma indicação do Ministério Público desde 2013 (junto ao número de passageiros que circulam diariamente) e que, segundo ela, só está sendo colocada em prática agora.