Em resposta à perspectiva de paralisação dos servidores da segurança pública na próxima quinta-feira, o Palácio Piratini orienta a população a "manter suas atividades normalmente" na data.
Nos bastidores, a cúpula do governo avalia como injusta a reação na Brigada Militar e na Polícia Civil, sob o argumento de que os agentes da segurança são os únicos, no Poder Executivo, que vêm recebendo reajustes acima da inflação – os aumentos foram aprovados no governo de Tarso Genro (PT) e vêm sendo honrados por José Ivo Sartori (PMDB).
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No caso dos soldados, por exemplo, o vencimento padrão era de R$ 2.398,26 em janeiro de 2015. Desde maio deste ano, passou a ser de R$ 3.135,32.
– O parcelamento de salários não é um ato de vontade política, mas uma contingência. A situação foi agravada fortemente pelo governo anterior e pela crise econômica do país – diz um integrante do alto escalão.
Na tentativa de evitar problemas na quinta-feira, o governo pede aos sindicatos e associações de classe para que "não estimulem um clima de pânico no Estado", o que, segundo o Piratini, apenas "reforçaria a criminalidade".
Entidades como o Sindilojas Porto Alegre também estão orientando os associados a manterem atividades normais na quinta-feira. Por meio de nota oficial, a entidade ressaltou apoiar "a decisão dos trabalhadores de buscarem melhores condições de trabalho e a remuneração integral". Apesar disso, afirmou que "repudia qualquer ato que prejudique a sociedade e que deixe a população sem um serviço básico, como o da segurança pública".
– Entendemos o direito de o funcionalismo reivindicar o pagamento integral da sua remuneração. Porém, não podemos fechar as portas das nossas lojas, ainda mais em um ano de crise no país. Um dia sem o funcionamento do comércio impactará em toda a arrecadação do mês, tanto para os nossos negócios como para o município, e isso trará consequências para toda a sociedade – declarou o presidente do Sindicato, Paulo Kruse.